*Resenha PRIDE* Camp
Esse livro tem tudo e mais um pouco, por isso o escolhi para hoje, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.
Randy passa os verões em um acampamento para jovens queer, onde adolescentes de todos os gêneros e sexualidades podem ser livre e se expressar. Esse ano, porém, Randy tem um plano: conquistar Hudson, o pegador do acampamento, e fazê-lo de apaixonar. O único problema é que Hudson só gosta de garotos “masculinos”, e Randy adora esmaltes e maquiagem com glitter, teatro musical e sempre pode ser encontrado com um leque do bolso - para momentos dramáticos. Por isso ele passa o ano todo se preparando, aprendendo sobre esportes e malhando, compra roupas novas - bem sem graça - e, quando chega no acampamento, é como Del que ele se apresenta. Hudson acha que ele é um campista novo e logo se interessa. O plano é fazer Hudson se apaixonar por Del e ir, aos poucos, introduzindo a personalidade de Randy.
Uma história bem divertida, cheia de personagens cativantes, que não deixa de se tornar sério onde é necessário.
Randy sente que precisa mudar seu jeito para conquistar Hudson, e começa a se perguntar até que ponto vale a pena apagar sua luz por outra pessoa. Hudson, por sua vez, se diz orgulhoso de ser gay, mas tem muito preconceito com o que ele chama de “estereótipo”, como se ser femme fosse algo ruim.
O livros traz questões sobre preconceito dentro da própria comunidade LGBTQIA+ (uma personagem ace que se sente desconfortável pois alguns campistas não acham que ela deveria estar ali, por exemplo), crescer em lares tóxicos e lidar com as diferentes formas de ser queer.
Os personagens secundários são ótimos, todos muito particulares, e de todos os tipo, desde os melhores amigos de Randy - George, gay femme extraordinaire, e Ashleigh, demisexual com um crush na salva-vidas hétero -, até os monitores do acampamento - uma ex-atleta olímpica trans e o diretor do grupo de teatro que faz shows de drag nas noites de talento. É com certeza um dos livros com maior diversidade de identidades e sexualidades que eu já li, em que praticamente todos os personagens são queer.
Randy e Hudson crescem bastante ao longo da narrativa, os dois aprendendo sobre o outro e descobrindo coisas sobre si mesmos. São os momentos verdadeiros entre ele que fazem com que se apaixonem, mas são as mentiras, tanto as que contam um ao outro como as que contam a si mesmos, que trazem momentos de reflexão e autodescoberta.
A trama mostra que, mesmo em um ambiente de compreensão e liberdade, ainda há o que aprender, e ainda há motivos para lutar. Os campistas têm aulas de história queer, em que aprendem e discutem as lutas e protestos por, primeiramente, o direito de existir, e tudo o que foi conquistado para que eles pudessem ser quem são, e que, enquanto não houver liberdade para todos, não dá para parar de lutar.
Uma leitura muito atual, que celebra a beleza da diversidade, de forma divertida e feel good, ótima para celebrar o orgulho!
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