*PRIDE MONTH* Like a Love Story

Um dos livros mais bonitos que eu li nos últimos tempos, é uma história de resistência, irmandade, sobrevivência e amor (e Madonna) em plena crise da AIDS em Nova York, 1989.

Três adolescentes buscam seus lugares em um mundo em mudança constante. Reza se mudou do Irã para Nova York e logo fez amizade com os artísticos Judy e Art, que estão diretamente envolvidos com ativismo, já que Art é abertamente gay e o tio de Judy é um homem gay com AIDS. Reza sabe que é gay, mas tem medo do que isso significa em um mundo que só mostra pessoas como ele morrendo de AIDS e sendo marginalizadas. Dessa forma, quando ele percebe que Judy gosta dele, eles começam a sair. Só que Reza se sente cada vez mais próximo do rebelde Art, e logo se vê em um triângulo amoroso de onde não sabe como sair sem machucar os amigos e a si mesmo.

Alternando entre os pontos de vista dos três protagonistas, a narrativa é sensível e o autor  Abdi Nazemian cumpre muito bem o papel de mostrar a comunidade gay no final dos anos 80. O medo, a tristeza e raiva que estavam presentes entre as pessoas que não se encaixavam no mundo hetero e cis, e como isso não impedia o amor, a amizade e o orgulho.

Entre os capítulos, há uma série “definições” criadas pelo tio Stephen, o tio de Judy, sobre coisas importantes, como “amor” e “Madonna”. A Rainha do Pop deixa sua marca na vida de Reza, Judy e Art, com suas mensagens de amor próprio, liberdade, autonomia, e dando hinos àquela geração de pessoas que se recusavam a ser oprimidos. 

Várias vezes eu quis entrar no livro e dizer “vai melhorar um dia”. Há momentos de partir o coração, partes em que eu sentia tanta raiva de todas as pessoas que preferiam fingir que nada estava acontecendo enquanto tantas pessoas perdiam suas vidas, seus parceiros, seus amigos e entes queridos. 

“Vai melhorar um dia”. Essa frase ainda vale. Apesar de tudo o que foi conquistado, não é o suficiente, pois ainda há pessoas oprimidas por sua sexualidade, identidade de gênero, raça, religião. Da mesma forma que eu quis dizer aos personagens que vai melhorar, temos que lutar para que isso se torne realidade para nós e para quem vem depois.

Esse é um livro de ativismo e resistência queer, que celebra a comunidade e, acima de tudo, o amor. Uma história perfeita para abrir o Mês do Orgulho LGBTQ!

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