*Resenha* A Heart So Fierce And Broken


Eu descobri a sério Cursebreakers por acaso. Já conhecia a autoria Brigid Kemmerer pelos livros Aos Perdidos, Com Amor e Mais Do Que Palavras Podem Dizer, lançados no Brasil pela editora Plataforma21, então foi uma boa surpresa quando encontrei o primeiro livro da série de fantasia.

A Curse So Dark And Lonely é uma releitura de A Bela e A Fera.  Príncipe Rhen foi amaldiçoado pela feiticeira Lilith a se tornar uma fera incontrolável ao longo do outono, aterrorizando o reino e matando qualquer um que cruzasse seu caminho. Se até o final da estação o príncipe não encontrasse alguém por quem se apaixonar, e que o amasse de volta, o outono reiniciaria, prendendo-o em um ciclo eterno de sofrimento, uma vez que aqueles que foram mortos não retornavam. Para ajudá-lo, o comandante da guarda real Grey pode viajar entre o reino de Emberfall e o nosso mundo em busca de garotas potenciais. Harper não era uma das escolhidas, mas em meio a uma confusão, Grey a sequestra de Washington D.C. e a leva para Emberfall, onde Harper não quer nem saber dessa história de contos de fada, só quer encontrar uma forma de voltar para seu irmão e sua mãe. A história segue Rhen e Harper navegando novas experiências para conquistar seus objetivos.

O segundo livro, A Heart So Fierce And Broken, muda para a perspectiva de Grey, seguindo os acontecimentos do volume anterior, e apresenta o ponto de vista de uma nova personagem, Lia Mara, princesa do reino vizinho e inimigo de Emberfall.

Sinopse:

“Encontre o herdeiro, ganhe a coroa.
A maldição foi finalmente quebrada, mas o príncipe Rhen de Emberfall ainda enfrenta problemas. Rumores circulam que ele não é o verdadeiro herdeiro e que magia proibida foi liberada em Emberfall. Por mais que Rhen tenha Harper ao seu lado, seu guarda Grey está desparecido, deixando mais perguntas do que respostas.

Ganhe a coroa, salve o reino.
Grey pode ser o herdeiro, mas não quer que ninguém saiba seu segredo. Fugindo desde que destruiu Lilith, ele não deseja desafiar Rhen - até que Karis Luran mais uma vez ameaça conquistar Emberfall por meio de força. Sua própria filha Lia Mara vê as falhas no plano violento da mãe, mas será que ela pode convencer Grey a ficar contra Rhen, mesmo pelo bem de Emberfall?”

Esse livro abrange mais o mundo além dos muros de Ironrose, mostrando as pequenas cidades do reino e o povo que se sente abandonado pela família real.

Grey se esconde em um vilarejo longe do palácio, escondendo sua identidade e tentando lidar com a descoberta de ser o irmão mais velho de Rhen e herdeiro do trono, além da realização de que, por sua mãe biológica ter sido uma feiticeira, ele também tem poderes. Como magia é proibida em Emberfall, e com o medo que Rhen tem de magia, após tanto tempo sendo torturado por Lilith, Grey acredita que o melhor caminho é manter o segredo e se afastar do príncipe.

Sinceramente eu não entendi a motivação dele para isso. Com certeza, se ele conversasse com Rhen e explicasse que não queria o trono, eles poderiam ter chegado a um acordo. Afinal, eles passaram muito tempo convivendo e se conhecendo, tornando-se até amigos. A falta de comunicação parece apenas um artifício para causar tensão entre os personagens, como acontece com muitas histórias.

O povo, porém, clama pelo verdadeiro herdeiro. Eles não confiam em Rhen para ser um bom rei, já que acreditam que a família real os abandonou à mercê da fera que aterrorizou o reino.

Isso faz com que Rhen tome decisões um tanto questionáveis para localizar o herdeiro. Depois de um livro inteiro conhecendo o príncipe e o vendo se convencer de que não é uma pessoa ruim, não gostei muito da forma que ele foi transformado em vilão neste volume. Como não temos o ponto de vista dele, só vemos suas ações pelos olhos de outros, então não é possível saber o que de fato ele pretendia com suas ações. Espero que o próximo livro não siga nessa direção.

Outro ponto que não me agradou muito foi a falta de presença de Harper. ACSDAL apresentou uma personagem assertiva e decidida, que não leva desaforo para casa, mas dessa vez Harper faz apenas pequenas aparições em que basicamente tenta justificar o comportamento de Rhen. Ao invés de tomar as rédeas, como já a vimos fazer, ela está completamente fora da ação, o que me pareceu contraditório. Assim como Rhen, não temos seu ponto de vista para saber o que a levou a agir dessa forma.

Lia Mara é nova personagem e que traz uma visão bem diferente. Princesa de Syhl Shallow e filha mais velha de sanguinária Karis Luran, Lia Mara tem um coração gentil e não acredita nos meios violentos da mãe. Enquento Karis Luran quer conquistar Emberfall a força, Lia Mara busca uma aliança por meio de diplomacia. Seu caminho cruza com o de Grey e, conforme eles cruzam o reino juntos, seu relacionamento floresce.

Na minha opinião, porém, os melhores relacionamentos não são os românticos, mas os fraternos. Lia Mara e sua irmã Nolla Varin, a herdeira do trono de Syhl Shallow, se apoiam e têm uma relação de confiança que é sempre bom de ler, ao invés de colocar mulheres umas contra as outras. Temos também Grey e o jovem Thyco, que confiam incondicionalmente um no outro, e Jake, irmão de Harper, que aprende a trabalhar com Grey pelo bem maior.

Não achei esse livro tão bom quanto o primeiro, que foi um dos meus livros favoritos que eu li ano passado, mas com certeza foi uma leitura bem agradável e me deixou ansiosa pelo próximo volume. A Vow So Bold And Deadly está previsto para ser lançado nos EUA em janeiro de 2021.

Aqui no Brasil, a Plataforma 21 traz o primeiro volume, com o título Sombria e Solitária Maldição, e está em pré-venda na Amazon Brasil.

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