*Resenha* We Are The Ants

Para fechar os lidos de março, vou falar sobre esse livro lindo e intenso que estava na minha lista #tbr há muito tempo. Não tinha lido nada do autor Shaun David Hutchinson, mas conhecia sua fama, e tinha altas expectativas.

Henry passou a vida toda sendo abduzido por aliens. Sua vida não é lá essas coisas, e quando os aliens o informam que o mundo irá acabar e ele pode impedir, Henry não está tão certo de que o mundo merece ser salvo.

É uma história sobre saúde mental. Henry tem uma vida familiar complicada. O pai foi embora quando ele era pequeno e ele tem certeza de que a culpa a dele, a mãe está infeliz no trabalho e se sente pressionada por tudo, a avó tem Alzheimer’s e está piorando, o irmão mais velho é um idiota. Além de tudo isso, ele sofre bullying na escola por sua crença em aliens, não tem amigos e tem encontros sexuais ilícitos com o líder de seus agressores, apenas para sentir alguma coisa. Ah, e ele está lidando com o suicídio do namorado.

Eu entendo completamente o motivo de Henry não querer impedir que o mundo acabe. Tinha momentos durante a leitura que eu me perguntava como esse pobre menino aguentava todas as agressões contra ele, todo o peso em seus ombros, como ele ainda não desistiu?

Com uma narração transbordando cinismo e sarcasmo, Henry cria vários cenários de como o mundo pode acabar, e isso o traz um pouco de conforto, já que não precisa mais se preocupar com nada. Logo mais o fim chegará.

Só que aí ele conhece um garoto que parece se importar de verdade. Ele se reconecta com uma antiga amiga e descobre segredos sobre seu amado Jesse. A namorada de seu irmão está grávida, e Charlie está muito animado para ser pai.

Apesar de todas as coisas ruins ao seu redor, Henry ainda luta para se manter bem, ou pelo menos parecer bem. Ele finge que o bullying na escola não o atinge, que as abduções que o fazem desaparecer as vezes por dias e acordar em lugares estranhos, muitas vezes sem roupas, não o afetam. Ele claramente não está bem, mas quando a mãe pergunta, ele diz que está, e ela acredita. Tem negligência aí, mas não proposital, já que a mãe não está nada bem também.

Ou seja, todo mundo nessa história precisa de ajuda, mas ninguém quer ser o primeiro a admitir. Mesmo com o suicídio de Jesse ainda recente, o estado mental de Henry é sempre deixado de lado.

Eu chorei em vários momentos, e em alguns eu tive que dar um tempo e respirar. É uma história intensa, cheia de temas difíceis. Doenças mentais, suicídio, homofobia, tentativa de estupro, gravidez interrompida. Mas também tem reconexão com amigos e família para criar um sistema de apoio, e que é ok pedir ajuda, não é necessário carregar o peso sozinho.

Quero muito ler os outros livros do autor, mas é necessário estar com a cabeça boa, um estado mental estável, pois já vi que não serão leitura fáceis. Eu gosto muito desse tipo de história, como já disse antes, exatamente pela intensidade, por me fazer refletir e sentir tantas coisas. Se você está buscando uma leitura para te desafiar emocionante, essa com certeza vale a pena.

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