*Resenha* O Rei de Palha
Confesso que demorei muito para ir atrás dessa leitura, já que não gostei muito da capa. Mas o livro é bem incrível.
Com capítulos curtos e intercalados por fotos e páginas de caderno rabiscadas, relatórios policiais e prontuários médicos, a trama segue August e Jack, amigos de infância com uma co-dependência extrema.
Jack começa a mostrar sinais de estar perdendo pouco a pouco a noção da realidade, sendo cada vez mais consumido por alucinações de um mundo fantástico que ele acredita precisar salvar. August decide que a melhor forma de ajudar o amigo é participar das alucinações e cumprir a história que Jack imagina, de forma que fique sempre de olho nele.
Os dois sofrem de negligência familiar. August se sente responsável por sua mãe depressiva após a partida do pai, e acaba sentindo-se responsável por Jack também, já que os pais do amigo nunca estão presentes. August cozinha refeições, certifica-se que Jack tem o que comer na escola, acalma-o quando está com medo, o ajuda a adormecer. Jack claramente sente dependente de August em retorno.
Os dois recebem apoio de amigos, principalmente os gêmeos (que eu imaginei como Andrew e Aaron Minyard de AFTG o tempo todo), que reconhecem os sinais em Jack e oferecem a August ajuda, já que a mãe dele é psiquiatra. August, porém, está determinado a fazer tudo sozinho, e acredita que é o único que pode ajudar Jack a enfrentar suas alucinações.
Enquanto sabemos que Jack não está bem, é perturbador ver August descendendo em uma obsessão e a crença de que tudo ficará bem, desde eles estejam juntos. É August quem acaba fazendo coisas perigosas e tomando atitudes questionáveis, mesmo sendo o considerado “são” da dupla. É August quem decide que ele é o melhor para Jack, ele quem insiste que tudo está sob controle.
Os dois sofrem muito quando estão separados. Jack grita e chora pelo amigo, e August fica desesperado com o sofrimento de Jack, insistindo que o amigo não consegue viver sem ele.
Foi mais uma leitura intensa, principalmente pois August vai perdendo a noção da realidade também, não dá mesma forma de Jack, com alucinações e mundo fantásticos, mas com sua crença de ser tudo o que Jack precisa. Há uma reviravolta que meio que partiu o meu coração perto do final.
É uma história sobre saúde mental, que explora várias formas do cérebro lidar com as dificuldades. Também traz uma quebra de estigma, de que não nada errado em procurar ajuda profissional. Se August não acreditasse tanto que poderia lidar com Jack sozinho, se ele tivesse aceitado a oferta dos gêmeos, a história seria muito diferente para os dois, e talvez o próprio August não tivesse chegado ao ponto sombrio que chegou.
Além do tema pesado, o próprio livro aumenta a intensidade da leitura. Conforme o estado dos dois vai piorando, as páginas vão ficando mais escuras, até ficarem completamente pretas, com o texto branco. Há rabiscos nas margens, desenhos e fotos rabiscadas para ilustrar a jornada de August e Jack, que descobrem que a co-dependência e amizade também trazem um amor incondicional um pelo outro.
Apesar da crescente escuridão - literalmente - do livro, o final traz esperança de recuperação e conexão com o mundo real, por meio de terapia e amizades. Os dois começam a perceber que podem andar pelas próprias pernas lado a lado.
Com capítulos curtos e intercalados por fotos e páginas de caderno rabiscadas, relatórios policiais e prontuários médicos, a trama segue August e Jack, amigos de infância com uma co-dependência extrema.
Jack começa a mostrar sinais de estar perdendo pouco a pouco a noção da realidade, sendo cada vez mais consumido por alucinações de um mundo fantástico que ele acredita precisar salvar. August decide que a melhor forma de ajudar o amigo é participar das alucinações e cumprir a história que Jack imagina, de forma que fique sempre de olho nele.
Os dois sofrem de negligência familiar. August se sente responsável por sua mãe depressiva após a partida do pai, e acaba sentindo-se responsável por Jack também, já que os pais do amigo nunca estão presentes. August cozinha refeições, certifica-se que Jack tem o que comer na escola, acalma-o quando está com medo, o ajuda a adormecer. Jack claramente sente dependente de August em retorno.
Os dois recebem apoio de amigos, principalmente os gêmeos (que eu imaginei como Andrew e Aaron Minyard de AFTG o tempo todo), que reconhecem os sinais em Jack e oferecem a August ajuda, já que a mãe dele é psiquiatra. August, porém, está determinado a fazer tudo sozinho, e acredita que é o único que pode ajudar Jack a enfrentar suas alucinações.
Enquanto sabemos que Jack não está bem, é perturbador ver August descendendo em uma obsessão e a crença de que tudo ficará bem, desde eles estejam juntos. É August quem acaba fazendo coisas perigosas e tomando atitudes questionáveis, mesmo sendo o considerado “são” da dupla. É August quem decide que ele é o melhor para Jack, ele quem insiste que tudo está sob controle.
Os dois sofrem muito quando estão separados. Jack grita e chora pelo amigo, e August fica desesperado com o sofrimento de Jack, insistindo que o amigo não consegue viver sem ele.
Foi mais uma leitura intensa, principalmente pois August vai perdendo a noção da realidade também, não dá mesma forma de Jack, com alucinações e mundo fantásticos, mas com sua crença de ser tudo o que Jack precisa. Há uma reviravolta que meio que partiu o meu coração perto do final.
É uma história sobre saúde mental, que explora várias formas do cérebro lidar com as dificuldades. Também traz uma quebra de estigma, de que não nada errado em procurar ajuda profissional. Se August não acreditasse tanto que poderia lidar com Jack sozinho, se ele tivesse aceitado a oferta dos gêmeos, a história seria muito diferente para os dois, e talvez o próprio August não tivesse chegado ao ponto sombrio que chegou.
Além do tema pesado, o próprio livro aumenta a intensidade da leitura. Conforme o estado dos dois vai piorando, as páginas vão ficando mais escuras, até ficarem completamente pretas, com o texto branco. Há rabiscos nas margens, desenhos e fotos rabiscadas para ilustrar a jornada de August e Jack, que descobrem que a co-dependência e amizade também trazem um amor incondicional um pelo outro.
Apesar da crescente escuridão - literalmente - do livro, o final traz esperança de recuperação e conexão com o mundo real, por meio de terapia e amizades. Os dois começam a perceber que podem andar pelas próprias pernas lado a lado.
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