*Resenha* Não Namore Rosa Santos

Não tinha muitas expectativas para esse livro, mas acabou sendo a leitura fofa e cheia de coração que eu precisava.

Todo mundo na cidade litorânea de Porto Coral sabe que as mulheres da família Santos são amaldiçoadas. Aqueles por quem elas se apaixonam morrem no mar. Rosa nunca nem chegou perto da marina, com medo de passar pelo mesmo que sua avó e sua mãe. Ela se sente presa; pela “maldição”, por sua herança cultural, pela escolha da faculdade, pelo mar que ela cresceu temendo. Ela quer ir para Cuba, para conhecer o país de sua avó, que nunca se abre sua sua vida antes da viagem que levou aos EUA, viagem essa que custou a vida de seu marido. Quando a pequena cidade corre risco, Rosa toma frente de uma ação de arrecadação de fundos, e acaba trabalhando lado a lado de Alex, um misterioso garoto com tatuagens de mar nos braços e um barco ancorado na marina. Pela primeira vez Rosa sente vontade de desafiar a maldição, e finalmente se libertar.

A leitura me lembrou um pouco de A Lógica Inexplicável da Minha Vida, com temáticas similares sobre família de sangue e aquela que nos escolhemos, relações próximas com avós e a busca por origem e significado.

Rosa vive com a sua avó e tem uma relação complicada com a mãe, que está sempre viajando e nunca fica muito tempo em casa. Seu desejo por se encontrar é muito parecido com o da mãe, mas direcionado de forma diferente. Rosa quer conhecer de onde ela vem, sua herança e cultura, enquanto a mãe busca novidades, novos ares, novos horizontes. A avó não consegue entender nenhuma das duas, mas faz o que acredita ser o melhor para a neta, mesmo que isso signifique esconder parte de sua vida.

O romance é bem fofo, Alex se mostrando um personagem complexo e cativante, com sua timidez, empolgação com barcos e talento na cozinha. Não culpo Rosa por ignorar os avisos da tal maldição.

Um ponto legal que vale apontar é que Rosa é bissexual, e ter um relacionamento com um garoto não invalida sua bissexualidade.

O livro é uma carta de amor a cultura cubana e à beleza do país, e traz a mensagem que é possível buscar novos horizontes e ser feliz sem abrir mão da sua origem.