*Resenha* Drag Teen

Eu tenho opiniões conflitantes sobre esse livro curtinho, que é escrito e narrado pelo autor Jeffery Self, que ouvi pelo Audible. Enquanto algumas partes foram muito legais, outras me irritaram bastante.

JT sonha em ser uma drag queen, mas a única vez que tentou, no show de talentos da escola, foi o suficiente para que ele acreditasse que não seria possível. Ele também sonha em ir para faculdade e sair da cidadezinha na Flórida onde mora com seus pais, em que seu futuro só pode ser um: trabalhar no posto de gasolina da família e ter a mesma vida que seus pais. Quando todas as opções de auxílio financeiro se esgotam, seu namorado Seth sugere um concurso de drag queens adolescentes em Nova York, que tem como prêmio uma bolsa de estudos. JT então precisa se tornar a drag queen que sempre quis ser, enquanto viaja de carro até Nova York com o namorado e a melhor amiga.

JT é extremamente pessimista, mesmo com o fofo do Seth o encorajando e incentivando. A experiência que JT teve no show de talentos o fez ter medo de se expor novamente, mas o apoio de Seth e Heather - a melhor amiga - faz com que ele busque a autoconfiança e o orgulho próprio para tentar de novo.

Ao longo da viagem, o trio descobre novas coisas sobre si mesmos e compartilham segredos. Eles conhecem pessoas incríveis que os ajudam a se encontrar, e JT vai aos poucos encontrando dentro de si seu poder de drag queen.

Tanto JT como Heather são gordos, e há um discurso de positividade sobre de autoimagem e padrões de beleza. No concurso, JT nota que os candidatos são de todos os tipo de corpo, altos, baixos, gordos, magros, e todos têm sua beleza.

O concurso Miss Drag Teen é onde JT percebe que não sabe realmente nada sobre esse mundo. Foi legal ver amizade e camaradagem surgindo entre os candidatos, e houve um momento muito bom com a “bad girl” do circuito de drag teens, em que é possível ver que todo mundo tem seus momentos de incerteza.

O que me incomodou muito foi o tratamento da Heather. Ela é uma das únicas personagens que se identifica como mulher, e os outros personagens a tratam como se isso fosse uma doença contagiosa. Para os homens heteros ela representa um fetiche por ser gorda, os gays a olham com desprezo e a chamam de “fêmea”. Ela não tem nenhum momento de protagonismo, sendo sempre regalada ao papel de melhor amiga, o que é exatamente o que ela diz não querer ser.

A história é sobre externalizar sua diva interior, ter coragem de ser você mesmo e correr atrás dos sonhos. JT precisou passar por essa jornada para descobrir o brilho que sempre esteve dentro dele. O livro é cheio de discursos inspiradores e momentos feel good que dariam um ótimo filme adolescente - os figurinos e perucas seriam incríveis, e não faltariam momentos musicais!

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