*Resenha* Date me, Bryson Keller

Esse livro traz vários clichês adolescentes amarrados em um romance LGBTQIA+ fofinho. Tem namoro falso e secreto, o garoto gay que tem um crush no garoto hétero, o garoto popular que se descobre atraído por outro garoto, dramas familiares, idiotas homofóbicos, pessoas enxeridas, amigos prontos para dar apoio.

Bryson Keller foi desafiado a sempre aceitar sair com a primeira pessoa que o convidasse na segunda-feira de manhã, por cinco dias, sem exceção. Na última semana do desafio, Kai o chama para sair em um impulso, e não esperava que Bryson dissesse sim, mas não há nada nas regras do desafio que o impeça de sair com um garoto. Kai nunca contou a ninguém que é gay, e acaba revelando o segredo a Bryson ao pedir que mantenham seu relacionamento de uma semana secreto.

Bryson é popular, bonito, divertido e gentil, e não acredita que namoros de escola valham a pena, e esse foi o motivo do desafio: provar que, não importa com quantas garotas ele saia, não vai se apaixonar. Toda semana as meninas se matam para ser a primeira a o convidar, e Bryson é sempre um cavalheiro, o namorado perfeito, por cinco dias.

Kai fica surpreso por Bryson aceitar namorá-lo pela última semana do desafio, e mais surpreso ainda por Bryson ser de boa com o fato de Kai ser gay. Eles vão descobrindo coisas em comum ao se juntarem para um projeto escolar sobre Romeu e Julieta, e Kai dá uma surtada ao perceber os sentimentos que estão surgindo entre eles.

A história é fofa mas básica. Não há muita profundidade em nenhum dos personagens, nem mesmo os protagonistas. Kai é o narrador e, fora os conflitos familiares - seus pais são religiosos - e seu medo de se assumir gay, não há muito mais sobre sua personalidade - ele quer ser escritor, mas isso nunca é explorado. Bryson é o garoto perfeito, compreensivo, romântico, com uma família amorosa que o aceita, ele é praticamente um príncipe encantado.

Os amigos de Kai, Pryia e Donny, são aquele casal que é perfeito mas está sempre brigando por alguma razão ou outra. Gostaria que eles tivessem sido mais utilizados, já que eles têm personalidades interessantes e estão sempre dispostos a apoiar Kai - mesmo que ele não pareça acreditar nisso totalmente.

Os conflitos vêm de alguns estereótipos. O homofóbico que acha que o garoto gay está corrompendo seu amigo - claro, a sedução irresistível que transforma héteros em gays, tipo vampiros   -, a jornalista adolescente sem escrúpulos que faz TUDO por uma história no jornal da escola para convencer uma universidade a aceitá-la - isso é tão American teen drama!

Há o lado mais sério também, pois o medo de Kai em se assumir é algo que muitas pessoas queer sentem. O risco de rejeição e violência de família e amigos é abordado com sensibilidade, assim como o apoio que pode vir de lugares inesperados.

É um livro divertido com alguns momentos de seriedade, e cumpre seu papel de ser uma leitura romântica leve, em que o amor vence o ódio. 

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