*Resenha* Chain of Gold

Eu amo As Crônicas dos Caçadores de Sombras há anos, e sempre espero com ansiedade pelo próximo volume da saga. Não foi diferente com o primeiro livro da trilogia As Últimas Horas, que segue uma “nova-antiga” geração de jovens Caçadores de Sombras pela Londres vitoriana.

Sinopse:

“Cordelia Carstairs é uma Caçadora de Sombras, uma guerreira treinada desde a infância para lutar contra demônios. Quando seu pai é acusado de um crime terrível, ela e seu irmão viajam para Londres na esperança de impedir que sua família caia em ruína. A mãe de Cordelia quer que ela se case, mas Cordelia está determinada a ser uma heroína ao invés de uma noiva. Logo Cordelia reencontra os amigos de infância James e Lucie Herondale e é introduzida a um mundo de salões de baile brilhantes, encontros secretos, e clubes sobrenaturais, onde vampiros e feiticeiros se misturam a sereias e mágicos. Enquanto isso, ela deve esconder seu amor secreto por James, que prometeu casar-se com outra pessoa.

Mas a nova vida de Cordelia é abalada por uma chocante série de ataques de demônios que devasta Londres. Esses monstros não são como nenhuma outra criatura que os Caçadores de Sombras já lutaram - são demônios que suportam a luz do sol, atacam com um veneno incurável, e parecem impossíveis de matar. Londres é imediatamente posta em quarentena. Presos na cidade, Cordelia e seus amigos descobrem que suas conexões a um legado sombrio os deram poderes incríveis - e os força a uma brutal decisão que revelará o verdadeiro preço cruel de ser um herói.”

Essa geração é composta pelos filhos dos heróis da trilogia As Peças Infernais, e se passa no começo do século 20. Como com todos os outros livros da Cassandra Clare, a narrativa toda é muito bem estruturada, com detalhes descritivos que te colocam dentro da história, em uma época glamurosa cheia de vestidos finos, coletes elegantes e salões enfumaçados.

É fácil esquecer as conexões entre os personagens, e no começo eu confundia Christopher e Thomas Lightwood, sem saber quem era filho de quem, irmão de quem. Isso não necessariamente atrapalha na história, mas se você é leu todos os livros como eu, é impossível não ficar procurando conexões entre todas as séries dentre da saga – chegou uma hora que eu peguei a árvore genealógica das famílias principais e fiquei analisando um tanto... obsessivamente. Decidi que é melhor não ficar focando muito nesses detalhes e só aproveitar.

Os personagens principais são novos - alguns já foram apresentados em histórias curtas publicadas antes, como James, Matthew e Anna, que trazem um pouco de profundidade as suas histórias, mas há vários velhos conhecidos que aparecem de vez em quando.

Não sei se é uma opinião popular, mas eu sempre gosto mais dos personagens secundários – com a exceção de Tessa, Will e Jem -, que sempre me parecem mais interessantes. Adoro Clary e Jace, mas Alec, Izzy e Simon sempre me deixaram mais animada; Julian e Emma são legais, mas eu queria saber sobre Kieran, Mark e Cristina, e Ty, Livvy e Kit. Com Chain of Gold foi a mesma coisa. Cordelia é ótima, assim como James, mas perto de Lucie e seus fantasmas camaradas, ou Grace e a maluca Tatiana Blackthorne, ou Anna e suas conquistas e roupas incríveis, o casal principal é um pouco sem graça.

Tive algumas surpresas boas com personagens que eu nem tinha expectativas, e algumas tramas que surgiram me deixaram tão ansiosa pela continuação quanto a trama principal.

Um lado ruim de ter tantas histórias diferentes existindo no mesmo universo é que cada nova história tem que ter novas revelações chocantes e novos vilões terríveis, e isso pode ser difícil de atingir. Eu não estava tão apreensiva com a grande trama demoníaca quanto eu gostaria, mais interessada pelo desenvolvimento dos personagens e como eles se relacionavam um com o outro.

O que é até engraçado, já que durante os três livros de Os Artifícios das Trevas eu não aguentava o grande romance trágico e queria logo ação e lutas e demônios, mas em Chain of Gold eu fiquei meio de saco cheio das lutas e queria as cenas com conversas sussurradas e danças e olhares discretos.

Minha conclusão sobre esse livro é que eu amo Matthew Fairchild – my disaster child -, Anna Lightwood – deusa maravilhosa - e Alastair Carstairs – me surpreendeu tanto, mas só quero que Alastair aprenda com seus erros e seja feliiiiiiiiz. Também quero ver mais Christopher Lightwood, uma vez que senti que ele não teve muito espaço, além de Thomas, que tem a melhor tatuagem, e Jesse Blackthorne. Eu tenho TANTAS perguntas sobre Jesse e sobre Grace. Lucie e Cordelia são perfeitas parabatai, e James é tão Herondale quanto Will – seu pai – e Jace – seu descendente – com aquela dramática história de amar só uma vez, coração partido. E ninguém gosta de Charles Buford, nem sua primeira noiva lésbica nem sua segunda noiva interesseira, nem um certo alguém eu que aprendi a amar apesar das expectativas. 

Eu sei que essa resenha foi meio emocional, mas estou dentro desse fandom há tanto tempo que não consigo mais não mergulhar de cabeça em uma nova história dos Caçadores de Sombras. Estou pensando um começar uma releitura toda da saga, para relembrar todos os acontecimentos e fazer conexões obscuras – sabe como é, como uma pessoa normal, não obsessiva faria.

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