*Resenha* Sob o Céu Açucarado
A história se passa após os acontecimentos do primeiro livro e reencontramos vários personagens, assim como somos apresentados a novos, como a protagonista Rini, que despenca do céu direto no lago das tartarugas do Lar Eleanor West. Rini veio de Confeitaria para encontrar sua mãe, Sumi, e descobre que ela morreu antes que Rini possa ser concebida. Com sua existência em perigo, Rini precisa descobrir como trazer Sumi de volta e salvar Confeitaria mais uma vez, e ela recruta a ajuda de alguns alunos da escola para Crianças Desajustadas.
Como os outros livros da série, a história é cheia de magia e fantasia. Confeitaria é um mundo de doces e pães e meio que me lembra a Corrida Doce do filme Detona Ralph, e Rini nasceu nesse mundo. Pela primeira vez somos apresentados a mais de um mundo na mesma história, já que nossos escolhidos passam por alguns deles em sua busca pela finada Sumi.
A história traz vários paradoxos temporais. Como Sumi morreu antes da filha nascer, Rini começa a desaparecer. Não só isso, mas tudo o que Sumi deveria fazer em Confeitaria passa a ser desfeito, já que ela morreu antes de poder salvar o mundo. O tempo de Confeitaria parece não correr da mesma forma que no nosso mundo, mas é melhor não pensar muito nisso, afinal, Confeitaria é um mundo Absurdo e regras não são nada doces.
Adorei rever personagens antigos e conhecer mais de suas histórias, principalmente Kade, que contou um pouco mais sobre sua experiência no mundo para onde viajou e de onde foi exilado. Foi interessante ver como os jovens anseiam por encontrar suas portas e voltar aos seus mundos mágicos, ao contrário de Kade, que está satisfeito no nosso mundo, onde ele pelo menos pode ser quem realmente é – Kade é um garoto trans, que foi expulso de Prisma por não se identificar como menina.
Uma das novas personagens novas é Cora, recém-chegada ao Lar Eleanor West, após retornar de um mundo aquático. Ela já sofreu muito por ser gorda e está sempre com a guarda alta, e se surpreende por ninguém na escola tirar sarro da sua aparência. Ela é uma atleta, excelente nadadora e tem ótima resistência, e sempre prova que seu peso e seus corpo não são seus inimigos.
Se tem algo que eu adoro nessa série é a diversidade dos personagens. A protagonista do primeiro volume era assexual, uma das principais do secundo era sáfica, agora temos Cora, além dos personagens secundários trans, latinos, pretos, asiáticos. Foi divertido ver Rini ficar confusa com os rótulos do nosso mundo, já que no dela é tudo mais simples, menos complicado.
Rini é perfeitamente filha de Sumi e perfeitamente Absurdo. Por ela ser de outro mundo, a visão dela sobre o nosso é bem crítica, o que é uma mudança bem legal. Ao invés da visão de alguém do nosso mundo sobre um mundo mágico ou encantado, o contrário traz uma perspectiva.
Estou bem ansiosa pelo lançamento dos próximos volumes por aqui. Lá nos EUA, já foram publicados mais três, então a expectativa é grande!
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