*Resenha* Green Creek Series

Não tenho nem palavras para expressar o quando amei essa série de quatro livros, três dos quais eu li em uma semana e o quarto, que foi lançado esse mês, em um dia. Confesso que demorei um pouco para dar uma chance a esse romance sobrenatural, mas por ser do escritor T. J. Klune – eu já deve ter mencionado esse nome alguma vez, tenho certeza –, decidi dar uma chance, mesmo que relutante. De inicio tive altas doses de nostalgia dos meus dias lendo fanfics de Teen Wolf – o que me fez pensar que muitas delas devem ter inspiração dessa série -, mas conforme a história foi progredindo, mais fui me apaixonando pelos personagens e pelos relacionamentos entre eles, e essa é a diferença entre um livro legal e um livro incrível. E nesse caso, são quatro livros incríveis.

Cada um tem um narrador e foco em um casal principal, mas todos são sobre o bando – alcateia? -  de lobisomens residentes da pequena cidade de Green Creek, Oregon, e seus aliados e inimigos. 

Em Wolfsong, Oxnard Matheson dá duro para ajudar sua mãe pagar as contas depois que seu pai foi embora. Quando ele tem 16 anos, uma família se muda para a casa no fim da rua, e com ela vem um pequeno furacão que muda a vida de Ox. A família Bennett aceita Ox de braços abertos quando o pequeno furacão com o nome de Joe o traz para casa, e Ox se vê em meio a uma guerra antiga que envolve lobisomens, bruxos e caçadores. Ravensong tem Gordo Livingstone como protagonista, e revela segredos sobre o passado dos Bennetts que o deixou amargurado e de coração partido. Robbie Fontaine é quem narra Heartsong em sua jornada em busca da verdade sobre quem são os mocinhos e os vilões em sua vida. O volume final, Brothersong, traz Carter Bennett lutando contra a loucura de estar longe de seu bando enquanto persegue pistas sobre o paradeiro de alguém muito importante para ele. 

A primeira coisa que eu vou dizer é que os homens da família Bennett são todos tontos – com a exceção do filho do meio Kelly. Eles tomam decisões precipitadas e têm aquele complexo de mártir que faz a gente querer socar alguém. A segunda coisa é que esse é o bando mais queer que já existiu. Sério, é até algo que que os personagens brincam, se um requerimento para fazer parte do bando é ser queer. 

Para mim a melhor parte dessa série, o que a coloca em uma categoria acima da maioria dos romances sobrenaturais, é como os personagens se relacionam um com o outro. Não apenas nos relacionamentos românticos, mas no sentimento de amor incondicional que os personagens nutrem um pelo outro. O melhor exemplo disso é a relação entre os irmãos Carter e Kelly, que são muito próximos e constantemente dizem e mostram o amor que sentem pelo outro, sem receio ou vergonha. Todos no bando agem dessa forma, mostrando por meio ações e palavras a importância dos outros. Os romances são incríveis também, com paixão e drama e momentos de felicidade. 

E tem também aquele humor particular do T. J. Klune que é de gargalhar. Nos momentos mais leves da trama, entre uma ameaça e outra, os personagens maravilhosos nos conquistam ainda mais com piadas, bobeiras e trapalhadas, tudo de forma muito identificável. 

É o tipo de série que só lendo mesmo para entender o quão incrível é. Romance sobrenatural sobre lobisomens e magia não parece nada inovador, mas a forma como a história se desenvolve, como os personagens crescem – literalmente, já que Ox começa com 12 anos e termina com 30 -, é tão única e bem feita que não tem como passar sem causar um impacto. 

Infelizmente, a série não foi publicada no Brasil e não tem previsão. Seria meu sonho, afinal o público brasileiro merece uma aventura sobrenatural queer de qualidade. Brothersong, o último volume, foi publicado nos EUA em 2020 e foi o final perfeito para uma saga maravilhosa.

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