*Resenha* The Belles
Este livro da autora Dhonielle Clayton traz uma visão bem criativa sobre beleza e seu significado para a sociedade, com uma ótima dupla de protagonista e antagonista.
Camelia é uma Belle, uma mulher abençoada pela Deusa da Beleza com o poder de manipular a beleza. O povo de Orleans foi amaldiçoado a ser cinza e incolor, e as Belles são as únicas capazes de torná-los coloridos e bonitos. A cada geração de Belles, uma é escolhida como a Favorita para embelezar a família real e os ricos da corte, enquanto as outras são enviadas para casas de chá para embelezar aqueles que podem pagar. Camelia sonha em ser a Favorita, mas o trabalho não é tão glamoroso quanto parece.
Gostei muito da história, mesmo que tenha alguns clichês irritantes, como a protagonista ter uma paixonite pelo primeiro cara bonitinho que sorri para ela, mesmo sabendo que um relacionamento sobre eles é proibido.
Camelia - ou Camille - é inocente e sonhadora quando sua jornada começa, e as coisas que ela descobre ao longo do caminho são suficientes para fazê-la repensar sua própria existência – e de todas as Belles. O mistério em torno dos dons das Belles é segredo até mesmo para Camille, e é interessante acompanhar enquanto ela descobre mentiras e verdades ocultas.
O poder de manipular a beleza na verdade é manipular o corpo humano, e não é nada agradável ser embelezado, já que é agonizante ter seus ossos, pele, órgãos modificados em alguns minutos. Mesmo assim, a população é viciada em beleza, e os padrões mudam com tanta velocidade quanto... bem, no mundo real. Uma hora a moda é ser magra, na outra é ser gorda, uma hora o tom de pele que todo mundo está usando é escuro, em outras é claro. A aparência das pessoas muda constantemente e são necessárias leis para que as pessoas não façam procedimentos que alterem a natureza – por exemplo, a circunferência da cintura é regulamentada e não pode ser muito pequena, ou os tons de pele devem ficam entre os tons reais, não pode ter pele azul, verde.
A princesa Sophia, a filha mais nova da Rainha, é contra essas leis e quer ter liberdade de poder ter a aparência que quiser. Ela é uma verdadeira psicopata, bem construída em sua loucura e obsessão, suas ações dão medo de verdade e ela não demonstra nenhum remorso. A Rainha não quer permitir que Sophia seja sua sucessora, mas para isso, sua filha mais velha, Charlotte, precisa acordar de um tipo de coma, e ela pede ajuda a Camille para fazer isso acontecer.
Apesar do clichezinho mencionado acima, romance não é grande parte da trama, o que eu gostei bastante. Há potencial para romance na continuação, no entanto. A dinâmica entre Camille e suas irmãs Belles é ótima, do amor incondicional ao ciúme mesquinho, elas realmente se amam e se apoiam, e foi uma das minhas partes favoritas e que eu gostaria de ter visto mais.
Estou muito curiosa para ver onde essa história vai, na sequência The Everlasting Rose, que está minha lista e pretendo ler em breve.
The Belles foi publicado no Brasil pela Plataforma 21.
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