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Mostrando postagens de julho, 2020

*Resenha* Drag Teen

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Eu tenho opiniões conflitantes sobre esse livro curtinho, que é escrito e narrado pelo autor Jeffery Self, que ouvi pelo Audible. Enquanto algumas partes foram muito legais, outras me irritaram bastante. JT sonha em ser uma drag queen, mas a única vez que tentou, no show de talentos da escola, foi o suficiente para que ele acreditasse que não seria possível. Ele também sonha em ir para faculdade e sair da cidadezinha na Flórida onde mora com seus pais, em que seu futuro só pode ser um: trabalhar no posto de gasolina da família e ter a mesma vida que seus pais. Quando todas as opções de auxílio financeiro se esgotam, seu namorado Seth sugere um concurso de drag queens adolescentes em Nova York, que tem como prêmio uma bolsa de estudos. JT então precisa se tornar a drag queen que sempre quis ser, enquanto viaja de carro até Nova York com o namorado e a melhor amiga. JT é extremamente pessimista, mesmo com o fofo do Seth o encorajando e incentivando. A experiência que JT teve no show de t...

*Resenha* You Should See Me In A Crown

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Esse foi um dos melhores livros que que li esse ano. A história é cativante, a protagonista é maravilhosa e a autora estreante Leah Johnson é uma fofa. Liz Lightly sempre esteve no plano de fundo. Ela tem notas boas, um lugar na orquestra da escola, mas nunca foi popular. Quando o pedido de auxílio financeiro para faculdade é recusado, sua última opção é concorrer e ganhar a coroa de rainha do baile de formatura, já que o rei e rainha levam também uma bolsa de estudos. Agora Liz não só precisa sair das sombras, como tem que se destacar, ser a garota mais popular da escola. O que não é tão simples, principalmente quando uma outra candidata a rainha tira todo o foco de Liz. A escola onde Liz estuda dá MUITA importância a essa história de “prom” e o rei e rainha do baile. É uma tradição muito estadunidense que nós estamos acostumados a ver em filmes e séries, mas mesmo assim eu ainda acho algo muito estranho. Nesse caso, há várias etapas e tarefas que os candidatos devem cumprir, como hor...

*Resenha* Não Namore Rosa Santos

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Não tinha muitas expectativas para esse livro, mas acabou sendo a leitura fofa e cheia de coração que eu precisava. Todo mundo na cidade litorânea de Porto Coral sabe que as mulheres da família Santos são amaldiçoadas. Aqueles por quem elas se apaixonam morrem no mar. Rosa nunca nem chegou perto da marina, com medo de passar pelo mesmo que sua avó e sua mãe. Ela se sente presa; pela “maldição”, por sua herança cultural, pela escolha da faculdade, pelo mar que ela cresceu temendo. Ela quer ir para Cuba, para conhecer o país de sua avó, que nunca se abre sua sua vida antes da viagem que levou aos EUA, viagem essa que custou a vida de seu marido. Quando a pequena cidade corre risco, Rosa toma frente de uma ação de arrecadação de fundos, e acaba trabalhando lado a lado de Alex, um misterioso garoto com tatuagens de mar nos braços e um barco ancorado na marina. Pela primeira vez Rosa sente vontade de desafiar a maldição, e finalmente se libertar. A leitura me lembrou um pouco de A Lógica In...

*Resenha* Stay Gold

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Eu estava bem animada para ler esse livro, com a premissa interessante e a capa fofinha, mas não demorou muito para eu perceber que há algumas coisas bem problemáticas na trama. Pony está começando em uma nova escola e está animado para ser visto pelos colegas como um garoto comum, ao invés de sempre ser identificado como o garoto trans. Apesar de o medo de ser exposto estar sempre presente, ele consegue fazer amigos e até chamar a atenção de uma líder de torcida. Georgia está no último ano e decidiu não namorar, após o término desastroso de seu último relacionamento. Mas ela não consegue tirar os olhos do garoto novo, o que pode ser um problema para sua reputação, já que é esperado que ela namora um atleta que as amigas aprovem. O livro tem protagonismo trans e é #ownvoices, ou seja o autor Tobly McSmith também é trans. Como uma pessoa cis, não tenho direito de falar sobre como essa representatividade é tratada, mas vi muitas críticas negativas de leitores trans, sobre como traz algum...

*Resenha* Menino de Ouro

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Dizer que esse livro me deixou impactada é pouco. Estava na minha lista há mais de um ano e traz protagonismo intersex, que ainda não tem muita representatividade na mídia. É uma narrativa muito intensa, com vários pontos de vista que mostram como os personagens lidam com situações envolvendo família, escola, amizades e relacionamentos amorosos. Max sempre se identificou como menino. Ele é perfeito, como filho, irmão, aluno e atleta, é popular, bonito e é o pegador da escola, todas as meninas estão sempre correndo atrás. Mas Max nunca foi além do beijo, pois seu maior segredo é ser intersex, algo que ele nem entendo muito bem, pois sua família não fala muito sobre o assunto. Então acontece uma situação extrema que faz com que Max repense sua sexualidade e sua identidade, e de repente sua família e vida perfeitas começam a desmoronar, deixando claros conflitos não resolvidos e feridas que nunca sararam. Além do ponto de vista de Max, também somos apresentados às visões de sua mãe Karen,...

*Resenha* Rick

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Esse foi o segundo livro em junho com representatividade assexual, e é um dos livros com maior positividade queer que eu já li. Além disse, é infanto-juvenil, e mostra o quanto histórias como essa são necessárias. Rick está prestes a iniciar o fundamental II e começa a questionar se seu melhor amigo Jeff é mesmo um cara legal. A história se passa no mesmo universo do outro livro do autor Alex Gino, George, alguns anos depois. A protagonista de George, Melissa, também está na escola com Rick, o que o deixa confuso sobre suas amizades, já que Jeff costumava fazer bullying com Melissa. Enquanto Rick enfrenta suas dúvidas na escola, ele também começa a visitar o avô todo domingo, descobre interesses em comum e compartilha segredos, de forma que não consegue se conectar com seu pai - e como o pai não se conecta com o avô. Na escola, Rick vai à reunião do clube Espectro Arco-íris, onde alunos queer se encontram e conversam sobre assuntos que interessam à comunidade. É lá que ele começa a se ...

*Resenha* Reverie

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Esse livro é muito particular, uma fantasia que migra para outros gêneros ao longo da história e apresenta uma mitologia complexa que intriga e surpreende. Kane passou por uma situação que acabou com ele dirigindo seu carro até um rio e deixou um prédio em chamas. O problema é que ele não consegue se lembrar o que aconteceu para chegar a isso. Seus pais não sabem o que pensar, a polícia está envolvida para tentar entender se ele é um perigo para a sociedade, e sua irmã mais nova está preocupada que ele está escondendo algo. Mas Kane sente como se uma parte de sua vida tivesse sumido, mas ele não consegue identificar o que. Então pessoas que ele conhece da escola dizem ser seus amigos, e ele é levado a realidades fantásticas que surgem do nada - o vestiário da escola de repente é um templo subterrâneo, por exemplo. Kane e Os Outros são os únicos que se mantêm sãos durante os Devaneios, que tomam forma a partir da imaginação de alguém e envolvem todos ao redor, atribuindo papéis para que...

*Resenha* Garotas de Neve e Vidro

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Esse livro me surpreendeu bastante. Eu sabia que era uma releitura de Branca de Neve, mas não tinha ideia do que esperar, e com certeza não esperava que tivesse um romance queer. A história é contada por duas perspectivas, a de Mina e da de Lynet. Mina descobriu quando era jovem que seu coração era feito de vidro, e por isso nunca poderia amar ou ser amada. Seu pai lhe disse que só a amariam por sua beleza, e ela passou a buscar esse sentimento, conseguindo conquistar um lugar ao lado do rei, tornando-se a rainha. Lynet é a princesa de Primavera Branca e vive presa por expectativas de seu pai para ser igual à sua mãe, a quem ela nem conheceu. Sua única figura materna é a madrasta, a quem Lynet sempre admirou. Quando o rei decido passar mais responsabilidades para a filha, Mina sente-se traída e ameaçada, pois sabe que logo ela não terá mais utilidade para o reino.  Os personagens são muito complexos e bem construídos, e a relação entre as duas protagonistas vai além de enteada/madr...

*Resenha* How to be a Movie Star

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Esse mês eu não li só um, mas dois livros com representatividade assexual, e fiquei muito feliz com isso! How to be a Movie Star se passa no mesmo universo de How to be a Normal Person, que eu resenhei mês passado, e segue o aspirante a ator Josiah Erickson em busca de fama e reconhecimento em Hollywood. Josy é um raio de sol em forma de gente. Ele é otimista, sorridente e sempre tem um elogio para dar, e é de fato um ator talentoso. É especulado que ele pode estar no espectro autista, por sua interpretação literal de metáforas, honestidade extrema e até uma certa inocência, mas não há confirmação explícita. Josy é também demissexual - ou seja, só sente atração sexual quando forma um vínculo afetivo - e, quando conhece o escritor Q-Bert, ele fica encantado e quer desesperadamente fazer amizade. Quincy - nome verdadeiro do Q-Bert - fica confuso e chateado quando Josy não aceita sair com ele, e mais confuso ainda quando Josy aparece para uma audição para o filme que ele está escrevendo. ...

*Resenha* Nyxia

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Esse foi o único livro sem representatividade LGBTQIA+ que eu li durante o mês de junho, mas isso não quer dizer que é um livro sem diversidade. Emmett foi um dos 10 jovens recrutados pela empresa de tecnologia Babel Comunicações para uma jornada pelo espaço até um novo planeta. A única coisa que eles têm em comum é que são todos pobres e desesperados o suficiente - por dinheiro, cuidados médicos para a família, prestígio - para aceitar o trabalho. No planeta Éden, eles devem minerar uma substância valiosa chamada Nyxia, que tem propriedades inimagináveis. Só que antes de chegarem a Éden e receberem o pagamento prometido, eles terão que treinar e competir, pois nem todos terão a oportunidade de completar a missão. Vi muita gente chamando esse livro de “Jogos Vorazes no espaço”, mas acho que a comparação melhor é com Divergente. Assim como no primeiro livro da série Divergente, os novos recrutas recebem pontos por tarefas cumpridas e são rankeados. Ao longo do ano que eles passam viajan...

*Resenha* Date me, Bryson Keller

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Esse livro traz vários clichês adolescentes amarrados em um romance LGBTQIA+ fofinho. Tem namoro falso e secreto, o garoto gay que tem um crush no garoto hétero, o garoto popular que se descobre atraído por outro garoto, dramas familiares, idiotas homofóbicos, pessoas enxeridas, amigos prontos para dar apoio. Bryson Keller foi desafiado a sempre aceitar sair com a primeira pessoa que o convidasse na segunda-feira de manhã, por cinco dias, sem exceção. Na última semana do desafio, Kai o chama para sair em um impulso, e não esperava que Bryson dissesse sim, mas não há nada nas regras do desafio que o impeça de sair com um garoto. Kai nunca contou a ninguém que é gay, e acaba revelando o segredo a Bryson ao pedir que mantenham seu relacionamento de uma semana secreto. Bryson é popular, bonito, divertido e gentil, e não acredita que namoros de escola valham a pena, e esse foi o motivo do desafio: provar que, não importa com quantas garotas ele saia, não vai se apaixonar. Toda semana as men...

*Resenha* Caminho Longo

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Esse livro me surpreendeu muito. É uma história de amor, mas mais do que encontrar a pessoa certa, é sobre se encontrar e perceber seu valor próprio.  Bruno sempre contou com o apoio incondicional de seu irmão mais velho Mateus. Quando Mateus morre durante um assalto, Bruno sente-se completamente perdido. Sem saber como seguir em frente sem seu melhor amigo para guiá-lo, ele relembra momentos felizes e decepções e lentamente vai descobrindo um novo caminho não só para superar o luto, mas também para encontrar sua independência. Eu já sabia mais ou menos que era uma história sobre luto e amor, mas foi muito mais do que isso. Eu nunca vivi um amor, mas a jornada de Bruno ressonou muito com meus próprios sentimentos de perda, decepção e saudade.  O caminho longo que ele percorre é o que forma quem ele é, desde o primeiro amor e a aceitação de sua homossexualidade, passando pela descoberta de sua paixão por escrever, seus medos de não ser o suficiente para conquistar um amor, até ...