*Resenha* Sejamos Todos Feministas
Chimamanda Ngozi Adichie
63 páginas
Editora Companhia das Letras
Este se tornou meu livro de cabeceira nos 40 minutos que demorei para lê-lo. É tão bom assim.
Sejamos todos Feministas é, na verdade, um discurso feito pela autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que pode também ser assistido no link [https://www.youtube.com/watch?v=hg3umXU_qWc], que foi lançado como e-book e livro físico pela Companhia das Letras, em uma edição perfeita. Com certeza é um manifesto do feminismo.
Chimamanda aborta temas gerais, que para mim sempre foram óbvios, mas que muita gente tem dificuldade para entender, como o preconceito entre os gêneros, as limitações que tanto homens como mulheres sofrem por ser colocados nas caixinhas de masculino e feminino.
O conceito de feminismo é, no geral, igualdade entre os gêneros. Não a superioridade das mulheres, como muitos pensam, mas o fato de que somos tão capazes quanto os homens, e merecemos ser tratadas igualmente.
A autora utiliza de situações de sua vida para mostrar como o conceito do feminismo ainda é uma espécie de tabu, mesmo entre as mulheres, que tem uma visão extrema e errada do que é de fato ser feminista.
Quantas vezes não me identifiquei com o que ela diz. Quantas vezes já passei por situações em que ouvi as coisas mais ridículas serem ditas por homens da minha família, amigos, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Quem nunca se sentiu ofendida ou minimizada após um comentário impensado de algum amigo ou colega ou parente? O machismo, a sociedade masculinizada, está tão presente no nosso dia-a-dia que as pessoas nem percebem que tomam parte de um sistema que não está certo.
E essa cultura do machismo não limita apenas as mulheres. Limita também os homens, que devem seguir o "modelo de masculinidade" para serem considerados "homens".
Esse é uma das razoes para o feminismo ter esse nome. Não por que as mulheres são melhores, mas por que são as características estigmatizadas como "femininas" que são consideradas fracas ou menos quando encontradas em pessoas do sexo masculino.
Expressões tão incorporadas no nosso vocabulário como "joga que nem homem", "deixa de ser mulherzinha", "vira homem", todas elas limitam o que é ser homem e o que é ser mulher. Homens tem que ser durões, fortes, não podem chorar ou demonstrar emoções, caso contrário são considerados femininos. E isso é tão errado quando o conceito de que a mulher é um ser sensível que nasceu para cuidar dos filhos e da casa. É antiquado, e faz com que tenhamos que nos desdobrar para caber nessas caixinhas ridículas para onde a sociedade nos empurra.
Chimamanda enfatiza como devemos perder o medo de nos chamar feministas. Vamos tirar essa palavra da lista de palavras feias, vamos tornar esse um conceito que qualquer um pode ver com clareza e se declarar feminista.
Precisamos disso no mundo, por que isso representa respeito, liberdade, aceitação, um futuro melhor, um mundo melhor, em que poderemos ser quem desejamos ser sem os preconceitos da sociedade, sem o peso de estigmas que nos carregam para baixo.
Sou feminista, com muito orgulho, e passei a indicar esse discurso em formato de livro - e o vídeo também, claro, mas palavras escritas ás vezes parecem ter mais peso, e penetram melhor na mente - para toda e qualquer pessoa que converse comigo sobre o assunto. É um assunto que merece discussão e, mais importante, compreensão.

Nesse tema, indico aqui também o blog da Carta Capital, Escritório Feminista, disponível no link [http://www.cartacapital.com.br/blogs/escritorio-feminista]. Esses outros links [http://www.alinevalek.com.br/blog/2013/06/faq-feminista/] e [http://www.cartacapital.com.br/blogs/feminismo-pra-que/feminismo-para-leigos-3523.html] também são muito bons se você quiser entender um pouquinho mais sobre feminismo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

*Resenha* Carrossel Sombrio e Outras Histórias

*Resenha* Surrender Your Sons

*Resenha* Até o Fim do Mundo