*Resenha* O
Nome em Seu Pulso
Helen
Hiorn
255
páginas
Editora
Farol Literário
A
temática de almas gêmeas sempre foi algo que me atraiu. Pode ser
por eu não acreditar nisso, mas sempre fui curiosa para saber o que
outras pessoas pensam do assunto. Li um monte de fanfictions de
vários fandoms em que almas gêmeas são abordadas das mais diversas
formas, e gosto muito de ver como alguns interpretam ter um
predestinado como a melhor coisa do mundo e alguns o vem como uma
prisão.
Foi
essa temática que me atraiu para este livro. Nunca tinha ouvido
falar nele, o vi em uma feira literária na minha cidade, e a sinopse
me lembrou vagamente algumas fanfictions que eu já tinha lido, então
decidi arriscar.
Esse
é o tipo de livro que vai se tornando incrível, e de repente acaba.
O que pode ser um pouco decepcionante.
Seguimos
a história de Corin, uma adolescente que vive em uma sociedade
distópica em que cada pessoa tem um nome em seu pulso que denomina
sua alma gêmea. O truque, porém, não é apenas achar uma pessoa
com o nome ali escrito, por que podem ter milhões de pessoas no
mundo com aquele nome - imagina tentar encontrar a Juliana certa, tem
de monte por aí -, mas achar a pessoa que tem o seu nome no pulso
dela.
Corin
tem um dos nomes mais incomuns em sua sociedade, e está disposta a
não encontrar sua alma gêmea de jeito nenhum, tanto é que decidiu
namorar um monte de garotos chamados Thomas/Tomas/Tom, mesmo esse não
sendo o nome em seu pulso. Todo mundo passa a acreditar que esse é o
nome da alma gêmea de Corin, menos um menino de sua turma, Colton,
que percebe a inconsistência na variação da escrita do nome.
Colton
e Corin embarcam em uma tentativa de amizade, e decidem levar o
relacionamento para além, mesmo tendo consciência de que não são
os predestinados um do outro.
A
trama também envolve a irmã de Corin, Jacinta, que sofreu um trauma
relacionado ao nome no pulso dela que a deixou um tanto perturbada.
Gostei
muito da relação de Jacinta e Corin. Elas se afastaram depois de
alguns eventos ruins, e passaram a se tratar com crueldade e
indiferença, mas é possível perceber que elas se importam uma com
a outra.
Essa
é a característica mais forte de Corin: a falsidade.
E
não digo isso só como uma coisa ruim. Ela realmente acredita estar
se protegendo quando conta mentiras e esconde seus pensamentos e
sentimentos. Ela brinca com a visão de mundo dos outros. Em uma
sociedade em que se deve procurar a alma gêmea e permanecer puro e
intocado até encontrar, Corin faz questão de ter um monte de
namorados e depois leva todos a acreditar que os garotos é quem
estavam brincando com ela.
Colton
é como um sopro de ar fresco. É ele quem traz Corin para fora da
concha, e é possível ver mais claramente quem ela realmente é.
Mesmo a história sendo contada em primeira pessoa, com Corin como
narradora, ela ainda é um mistério, por que muitas vezes mente para
si mesma e, consequentemente, mente para o leitor.
Colton
é um dos nomes mais comuns no universo do livro. Para Corin, a
combinação entre eles é impossível, já que ela não tem o nome
dele no pulso, mas mesmo assim aceita namorar com ele.
Como
eu mencionei antes, o livro vai se tornando muito bom, com
reviravoltas incríveis - a história de Jacinta é muito boa, mas um
pouco mal explorada, assim como a dos pais de Colton e dos pais de Josaphine, sem falar a grande revelação no final -, mas de
repente acaba, de forma meio decepcionante. A decisão final de
Corin, na minha opinião, foi completamente inconsistente com a
personalidade dela, mesmo com o crescimento emocional que ela tem
durante a história.
Recomendo
o livro pela reflexão que ele traz sobre temas universais como amor
e relacionamentos. Tem momentos muito bons, e tem momentos meia boca,
e o final deixa a desejar, mas ainda assim é uma leitura
interessante.
Esse não sei se leria...não faz muito meu estilo...
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