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Mostrando postagens de 2021

*Review* Dread Nation + Deathless Divide

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Essa duologia foi mais uma surpresa boa! Não sabia o quanto eu gostava de faroestes e de zumbis. Após a Guerra Civil Americana, os mortos-vivos assolam o país dividido. Mesmo com o fim da escravidão, a população preta tem dificuldades de viver dignamente, e os jovens são enviados à escolas de combate para aprenderem a lutar contra os mortos e proteger a população branca. Jane frequenta uma das escolas de combate mais prestigiadas, e mal pode esperar para se formar e tomar as rédeas da sua vida.  Mas quando ela começa a descobrir terríveis segredos, ela é enviada a um povoado no oeste que deveria ser uma utopia - mas somente para os brancos. Forçada a patrulhar os muros da cidade e vivendo em um regime de escravidão velada, Jane precisa encontrar uma forma de se manter a salvo dos mortos e dos vivos. A história se passa em um período muito crítico dos EUA, e o contexto histórico é muito importante aqui. Tirando os zumbis, é uma jornada de liberdade de um povo que, apesar de tecnicam...

*Resenha* Puddin’

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Esse livro acompanha Dumplin’, publicado no Brasil pela editora Valentina e adaptado em filme pela Netflix. Puddin’ se passa após os eventos de Dumplin e tem como protagonistas duas personagens secundárias do primeiro livro. Millie ficou em segundo lugar no concurso de beleza da cidade. Isso a fez perceber que ser gorda não a impede de nada e lhe deu confiança para, pela primeira vez em anos, decidir não ir ao acampamento de perda de peso, e se inscrever para o programa de verão de jornalismo televisivo. Callie é vice-capitã da equipe de dança da escola e está determinada a levar a equipe ao campeonato nacional. Isso não só garantiria seu lugar como futura capitã, como também a faria a garota mais popular e invejada da escola. Quando as circunstâncias a obrigam a trabalhar juntas, as personalidades opostas se chocam, mas podem criar uma amizade verdadeira. Eu adorei Dumplin e acho a escrita divertida de Julie Murphy super leve e rápida de ler. Sem falar na mensagem positiva sobre padrõ...

*Review* Concrete Rose

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Esse spin-off de O Ódio Que Você Semeia acabou sendo uma história bem diferente do que eu esperava. Maverick Carter tem 17 anos quando se torna pai pela primeira vez. Dividindo entre seu desejo de ser um bom pai e o legado do seu próprio pai na gangue King Lords, ele luta contra as expectativas e julgamentos da sociedade. Esse livro acabou sendo mais suave do que THUG (The Hate U Give), por não tratar tanto sobre preconceito racial. Aqui vemos a jornada de um jovem aprendendo a ser pai, sobre as dificuldades que normalmente são associadas às mães adolescentes, e aqui é apresentado no contexto do pai adolescente. Maverick é um personagem muito real, todas as dúvidas, os sonhos e as decisões são compreensíveis, os dilemas fazem muito sentido - desde as noites em claro quando o bebê não para de chorar, até o desejo de vingança após o assassinato de uma pessoa querida. É bem legal ver o jovem que um dia vai criar nossa querida Starr Carter tendo dúvidas e medos e cometendo erros. O amor de...

*Revisão* Into The Real

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Este livro me surpreendeu um pouco com a qualidade da escrita. O autor Z Brewer conseguiu trazer não apenas uma, mas três histórias realmente atraentes que me deixaram querendo mais. E esse também é um dos pontos baixos para mim: eu queria seguir todas as três histórias, poderia ler um romance completo delas e senti que sua convergência era um pouco sem brilho.  Quinn se identifica como gêneroqueer e vive em um mundo de pesadelo, onde todos os dias é uma luta para ficar a salvo de monstros, tanto criaturas quanto humanos. Quinn se identifica como mulher e é lésbica. Enviada a um campo de conversão por seus pais, Quinn não apenas questiona sua identidade e sexualidade, mas precisa lidar com a tortura psicológica e física nas mãos de fanáticos religiosos. Quinn se identifica como homem e é a cara da revolução, lutando contra um regime de supremacia branca, hetero e cis. Mas quão diferente é a revolução quando os mesmos preconceitos atormentam suas fileiras?  As três realidades c...

*Resenha* Full Disclosure

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Outra bela capa e premissa incrível, e estou surpreso que não haja mais pessoas falando sobre este grande livro.  Simone tem 17 anos e está pronta para namorar e fazer sexo. Ela também é HIV positiva, o que pode complicar as coisas quando ela não tem certeza de como revelar isso a possíveis parceiros. Com pais apoiadores, mas superprotetores, novos melhores amigos e uma ótima posição como diretora estudantil do musical da escola, Simone tem medo de compartilhar essas informações sobre si mesma e ser rejeitada, como já aconteceu antes.  Um dos poucos YA contemporâneos que li que fala sobre viver com HIV hoje em dia, o romance é sensível, honesto e compartilha algumas semelhanças com Where We Go From Here de Lucas Rocha. Além do tema geral, ambos mostram como as pessoas ainda têm ideias erradas sobre o vírus e sua transmissão, como o preconceito ainda é forte em nossa sociedade e é possível levar uma vida completamente normal com o vírus.  Simone se tornou uma das minhas pr...

*Resenha* The Black Kids

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Esta foi a minha escolha para começar o ano com uma nota alta e funcionou perfeitamente.  Ashley vai para uma escola de elite, tem pais ricos e uma babá latinx. E ela também é negra, o que ela está começando a perceber que a torna diferente das outras crianças ricas da escola. Após o veredicto de um julgamento no qual um policial branco matou um jovem negro, a cidade de Los Angeles está um caos. Tumultos e protestos explodem pela cidade, exigindo justiça e igualdade, e Ashley se pega questionando o que ela acha que sabe sobre preconceito, racismo e classismo.  Este livro poderia ter sido ambientado em 2020, mas na verdade a história se passa nos anos 90, e o julgamento e os distúrbios foram eventos reais que aconteceram em LA.  Há uma verdadeira vibração dos anos 90 em toda a história, aquele sentimento nostálgico que normalmente é reservado para referências dos anos 80.  O livro aborda questões ainda tão atuais que nos deixa loucos perceber o quão pouco algumas cois...

*Resenha* I'll Be Home For Christmas

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  Hoje é o Dia da Visibilidade Trans le não há melhor maneira de terminar minhas leituras de dezembro do que com este adorável conto de Mason Deaver. Seguindo os eventos de I Wish You All The Best, vemos novamente pessoa não-binária extraordinaire Ben De Becker, agora com vontade de levar seu relacionamento com Nathan para o próximo nível - morar juntos. Para fazer isso, Ben elabora um plano para dar a Nathan o melhor presente de Natal para o primeiro feriado juntos, mas as coisas não saem como o esperado.  A história é um verdadeiro clássico do Natal, como visitas surpresa, voos cancelados, ficar preso no aeroporto, ficar chateado por decepcionar um ente querido.  O conto foi disponibilizado gratuitamente pelo autor, mas você pode doar qualquer quantia ao Centro Nacional pela Igualdade Transgênero (EUA) no ato da compra.  Ah, e a capa linda é da Alice Oseman!

*Resenha* Nick and Charlie

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  Essa novella da Alice Oseman foi relançada em 2020 e claro que eu tinha que encerrar o ano lendo a nova versão. Nick e Charlie são o casal perfeito, todo mundo sabe que eles foram feitos um para o outro. Certo? Com a formatura de Nick próxima, o casal começa a pensar sobre o futuro, com Nick indo para a universidade e Charlie ainda tendo um ano na escola. Como eles vão lidar com um relacionamento à longa distância quando viveram praticamente grudados por anos?  O casal aqui está bem diferente de em Heartstopper, já que a história se passa no futuro. Charlie está uma pilha de nervos com o namorado indo embora em breve, mas não quer demonstrar para não parecer egoísta. Nick está super animado para ir para a faculdade, mas tem medo do que a distância pode fazer ao namoro. Falta de comunicação e explosões dramáticas ameaçam romper o casal perfeito.  Assim como This Winter, essa novella é cheia de fofura e sensibilidade, e nos dá um gostinho do que Narlie - Nick e Charlie - ...

*Resenha* Blasphemy 1 e 2

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Esses dois contos de T. J. Klune são alguns dos mais irreverentes, absurdos e bizarros que já li. Ah, e também hilários, é claro.  Antes de começar, devo alertar que esta não é uma leitura para todos. Pode ser controverso, desrespeitoso e absolutamente sacrílego se você for uma pessoa religiosa, então proceda com cautela.  É uma comédia satírica envolvendo Satanás, seu namorado mortal Jimmy, Deus e seu filho rebelde Jesus. É extremamente queer, sexual e cheio de interpretações peculiares de figuras bíblicas.  Para ser honesta, não foi realmente uma leitura para mim, mesmo que eu risse constantemente e não pudesse negar o humor característico de Klune.  Para mim, ambas as histórias pareciam fanfiction not-so-guilty pleasure do autor e isso foi o que mais me fez rir. É claro que Klune se divertiu muito ao escrevê-los e não se arrepende da grosseria apresentada. Quando um autor claramente gosta do que escreve, é meio impossível não gostar um pouco.

*Resenha* The Black Flamingo

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Terminei esse livro do 31 de dezembro, e foi o melhor jeito de dizer adeus a 2020. Foi a primeira vez que li um livro escrito em verso - A Poeta X está aguardando na estante há um tempão -, e fiquei bem surpresa com a fluidez da história, que segue um jovem preto gay lidando com as dificuldades de amadurecer e que encontra seu verdadeiro eu na comunidade drag.  A narrativa sensível e sincera traz temas como racismo, homofobia e várias formas de preconceito, enquanto Michael tenta se encaixar - em algum lugar, ele só não sabe bem onde.  É uma jornada de crescimento, aceitação e orgulho, em que Michael lida com a família, amigos, amores e suas próprias expectativas e experiências.  O discurso final de Black Flamingo me deixou com lágrimas nos olhos de tão emocionada que fiquei, e com certeza é uma leitura que merece muito reconhecimento. Vou ficar de olho em tudo o que o autor Dean Atta lançar.  Ainda não há previsão de lançamento no Brasil.

*Resenha* The Fever King

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Fiquei com vontade de ler esse livro e sua sequência, The Electric Heir. há vários meses já, e vi os dois livros disponíveis no KU, mas queria esperar tê-los em edição física para ler. E nem foi tão difícil, já que o preço deles na Amazon é super baixo perto da maioria dos importados de capa dura – já até fiz propaganda quando comecei a ler The Fever King. Apesar de ser um livro lançado em 2019, poderia muito bem ser uma história pós- Covid. Uma doença misteriosa assola o mundo, deixando milhões mortos e mudando o cenário político-econômico do mundo. Parece familiar? Só que no livro, quem sobrevive a doença fica com sequelas mágicas, ou seja, adquire poderes extraordinários. Uma catástrofe causou uma revolução que dividiu os EUA em várias nações independentes, e Carolinia se declarou um Estado para esses sobreviventes superpoderosos. Noam Álvaro é filho de imigrantes ilegais da nação de Atlantia, e cresceu vendo seus amigos e vizinhos sendo deportados para um país devastados pe...

*Resenha* How The King of Elfhame Learned to Hate Stories

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A trilogia O Povo do Ar, publicada no Brasil pela Record, é o perfeito exemplo que contos de fadas são mais obscuros, cruéis e sangrentos do que a Disney nos fez acreditar. Essa edição maravilhosa traz toda a magia dos livros de contos de fadas antigos por meio de suas ilustrações lindas, e nos dá, mais uma vez, um pouco de insight sobre o príncipe cruel/rei perverso Cardan Greenbriar.  Com pequenos contos, vemos diversos momentos da vida de Cardan e como ele precisou se moldar para se encaixar na corte de Elfhame. Ele passou de uma criança neglicenciada para um adolescente abusado, e aprendeu a criar um personagem para se manter a salvo: o do príncipe que não se importa com nada, por vezes cruel demais, que é inatingível e imperturbável.  Aprendemos um pouco mais sobre a relação dele com os irmãos, além do relacionamento com Nicasia e a “amizade” com Valerian e Locke, e como, mesmo com a armadura que ele construiu para si mesmo, traições e mágoas ainda o afetavam. Também é po...

*Resenha* Crier’s War

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Eu peguei este livro sem muita expectativa, mas eu gostei bastante e com certeza vou dar uma olhada na sequência. Em um futuro em que a automação governa o mundo, Crier é a princesa de uma nação poderosa.    Ela está divida entre suas próprias crenças de que os humanos devem ser tratados com respeito e a doutrina de seu noivo de que os humanos devem ser completamente eliminados. Então, seu caminho se cruza com Ayla, uma serva humana que secretamente é uma rebelde encarregada de matar Crier. Ayla viu sua família morrer nas mãos de dos autômatos e cresceu esperando por uma chance de se vingar e, finalmente, derrubar os autômatos. Elas não esperavam os sentimentos que florescem entre elas, e como esses sentimentos podem mudar seus objetivos. A história do mundo criado pela autora Nina Valera é interessante e bem desenvolvida. Eu gostei muito das    partes históricas sobre como os autômatos vieram a subjugar os humanos. A política e os jogos de poder eram emocionant...

*Resenha* Cinderella is Dead

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Estava muito animado com este livro, desde o título e a premissa até a bela capa. Eu senti que não alcançou todo o seu potencial. Cinderela era uma pessoa real, e seu conto de fadas foi distorcido em um evangelho que mantém as mulheres submissas e sob total controle dos homens. Se uma garota não é escolhida por um homem no baile anual, ela então pertence ao rei, e ele pode fazer com ela o que achar melhor. Sophia não quer um marido, ela deseja fugir com sua amada Erin, que não acredita que haja escapatória para elas. No baile, Sophia enfurece o rei ao se recusar a aceitar as leis e foge, tornando-se a inimiga pública número um. A única maneira de Sophia ser livre é impedir o rei e seu terrível reinado. Passei a maior parte da minha leitura dizendo na minha cabeça “mate os homens”, pois eles são, na maior parte, horríveis, na história. Mas todos nós sabemos que não é assim que melhoramos nossa sociedade, certo? E a sociedade aqui foi, por 200 anos, ensinada que os homens têm direito a q...

*Resenha* Feitiço dos Espinhos

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Sei que estou atrasada para a festa desse livro, mas confesso que o hype tinha me deixado um pouco receosa. Admito que foi por pura bobagem que resisti tanto, e me arrependo ter ter demorado para dar uma chance.   Essa fantasia que tem um tom de dark academia se tornou um dos meus favoritos de 2020, e tem um pouco de tudo. Uma heroína destemida e um pouco ingênua que vai desconstruindo seus preconceitos, um herói sarcástico, charmoso e abertamente bissexual, um anti-herói poderoso com um coração bom; um vilão que quebra a cara quando tudo que ele acredita desmorona, mitologia criativa e muito bem estruturada.  Elizabeth Scrivner foi criada em uma grande biblioteca, onde grimórios são guardados com segurança máxima. Nesse mundo, a magia vem de forças demoníacas, e grimórios tem uma espécie de consciência e personalidade que os torna perigos monstros se deixados livres. Elizabeth sempre foi ensinada que magia é maligna e que feiticeiros são tão ruins quanto a magia demoníaca que...

*Resenha* Raybearer

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Primeira resenha de 2021!   Eu estava bem animada para iniciar dezembro com essa leitura. O livro de estreia da fofíssima Jordan Ifueko estava no meu radar há meses, e não decepcionou. Tarisai foi criada para fazer parte do conselho do futuro imperador. Caso ela seja escolhida, o príncipe a terá como conselheira e eles, além dos outros escolhidos, serão unidos por magia. O amor do conselho pelo príncipe o torna invulnerável para o mundo, e ele só pode ser ferido ou morto por um dos membros do seu conselho. Tarisai foi criada para isso: se tornar parte do conselho e assassinar o futuro imperador. Parece mais uma história de competição entre jovens, certo? Mas não é, já que o que une o conselho de 11 do imperador é o amor, e é impossível fingir isso.  Tarisai foi enviada ao palácio aos onze anos. Sua mãe ordenou que ela matasse o príncipe assim que fosse escolhida, e há uma força que compele Tarisai a fazer o que lhe foi ordenado. Mesmo que ela não queira, mesmo que ela se torne...