*Resenha* Feitiço dos Espinhos


Sei que estou atrasada para a festa desse livro, mas confesso que o hype tinha me deixado um pouco receosa. Admito que foi por pura bobagem que resisti tanto, e me arrependo ter ter demorado para dar uma chance. 

Essa fantasia que tem um tom de dark academia se tornou um dos meus favoritos de 2020, e tem um pouco de tudo. Uma heroína destemida e um pouco ingênua que vai desconstruindo seus preconceitos, um herói sarcástico, charmoso e abertamente bissexual, um anti-herói poderoso com um coração bom; um vilão que quebra a cara quando tudo que ele acredita desmorona, mitologia criativa e muito bem estruturada. 


Elizabeth Scrivner foi criada em uma grande biblioteca, onde grimórios são guardados com segurança máxima. Nesse mundo, a magia vem de forças demoníacas, e grimórios tem uma espécie de consciência e personalidade que os torna perigos monstros se deixados livres. Elizabeth sempre foi ensinada que magia é maligna e que feiticeiros são tão ruins quanto a magia demoníaca que usam. Quando um ataque à biblioteca causa a morte da diretora e a libertação de um grimório muito poderoso e letal, Elizabeth é considerada a culpada, e ela precisa unir forças com um feiticeiro para provar não só sua inocência, mas também que uma conspiração sombria ameaça as grandes bibliotecas. 


Eu amei Elizabeth com todo meu coração! Ela é a combinação perfeita do que uma protagonista deve ser, e gostei muito de ver ser crescimento ao longo da narrativa. O feiticeiro Nathaniel Thorne é o jovem torturado por erros de seus antepassados que está disposto a arriscar tudo para ajudar Elizabeth. O trio de protagonistas é completo com Silas, o servo demoníaco de Nathaniel, que praticamente criou o feiticeiro e tem um personalidade calma e gentil, mas esconde sua verdadeira natureza com cuidado. 


Não há romance forçado nem triângulo amoroso - gosto de frisar, já que são tantas narrativas que pecam nisso -, e os relacionamentos são construídos gradativamente.


Gostei muito de como o grande vilão é revelado cedo, pois aí a história gira em torno de descobrir seu objetivo e o expor pelos crimes. A trama é cheia de ação em locações fantásticas que eu adorei imaginar. As grandes bibliotecas, com seus grimórios perigosos e guardas armados com espadas, foram um ponto bem interessante para mim. 


Quero muito ler o outro livro da autora Margaret Rogerson, An Enchantment of Ravens, que tem previsão de sair aqui no Brasil ainda esse ano pela editora Literalize, a mesma que trouxe Feitiço dos Espinhos. 

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