*Resenha* Darius The Great Deserves Better
Continuação do maravilhoso Drarius The Great Is Not Okay, esse livro é igualmente incrível, trazendo novas experiencias e conflitos para o protagonista.
A vida de Darius deu uma grande virada após sua viagem ao Irã. De volta aos EUA, ele entrou para o time de futebol, se assumiu gay para seus pais e colegas de time, arrumou um estágio em uma loja de chá e arrumou um namorado. Mas não foram só coisas boas que aconteceram. Seus pais estão trabalhando mais do que nunca para cobrir os custos da viagem, seu avô no Irã está cada vez mais debilitado, seu melhor amigo Sohrab parece estar distante cada vez que eles se falam e ainda por cima suas avós paternas vieram passar um tempo com ele. Ah, e de repente um dos caras que sempre o atormentou na escola resolveu ser seu amigo e deixou Darius com os sentimentos bem confusos.
Darius é tão adorável! Ele foi de alguém extremamente inseguro sobre si mesmo e seu lugar no mundo para alguém um pouco mais confiante, com um relacionamento bom com o pai e um entendimento mais claro de sua sexualidade. Mesmo assim, os conflitos familiares ainda existem e são bem exaustivos para ele.
Se no primeiro livro vimos Darius lidar com os avós no Irã e se adaptar à cultura persa, dessa vez Darius tem dificuldade de se conectar com as avós por parte de pai. Ele sente falta do afeto aberto que tinha com a avó e o avô maternos, já que suas avós Kellner são distantes e por vezes frias.
Fiquei bem interessada na jornada das avós, uma mulher cis e uma trans que passou pela transição depois do nascimento de Darius – ou seja, ela passou a maior parte da vida vivendo como homem antes de viver como seu verdadeiro eu, e como sua esposa e filho reagiram e a apoiaram a essa transição é apenas citado. Eu gostaria de ter tido mais informação sobre isso, e Darius até fica um pouco decepcionado pelas avós não se conectarem com eles por serem os três queer.
Algo que eu senti um pouco de falta em relação ao livro anterior foi a relação dele com a irmã mais nova Laleh. Senti que poderia ter sido um pouco mais explorada, apesar de ter um arco interessante – Laleh pela primeira vez sofre bullying por ser persa, algo que Darius entende profundamente.
Também senti falta de Sohrab, que estando no Irã enquanto Darius está nos EUA deixa a comunicação entre eles bem limitada. No entanto, a história dele merece um livro próprio, eu realmente quero saber como tudo se desenrola até uma revelação final.
Darius enfrenta questões mais existenciais, sobre seu possível futuro profissional e sobre amoroso. Eu AMO como ele lida com relações tóxicas e como ele finalmente aceita um grupo de amigos como suporte de apoio. E o romance não é algo definitivo, só há romance enquanto as duas partes estão felizes e satisfeitas, e isso é algo que mais histórias, principalmente adolescentes e jovem-adultas, deveriam abordar – quando o namoro não está mais dando certo, não há nada de errado em terminar, não precisa ser o fim do mundo!
Esse livro - os dois, na verdade - aborda saúde mental em vários estágios da vida e situações, e fala sobre como pode melhorar ou piorar dependendo do momento, mas o importante é continuar lutando pelos momentos de felicidade acontecerem.
Eu não canso de indicar essa leitura e fiquei muito feliz em saber que a Harper Collins Brasil vai trazer os dois volumes do autor Adib Khorram para os leitores brasileiros! Com certeza vou querer as edições BR para combinar com as gringas!
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