*Resenha* Nasci Para Brilhar
Meu plano de fazer novembro um mês de livros divertidos já começou bem com esse lançamento da autora Lyla Lee, que saiu aqui no Brasil pela Plataforma 21.
Skye sonha em ser uma estrela do K-pop. Ela canta, dança, tem carisma, tudo que a indústria procura em uma estrela. O único obstáculo, entretanto, é que ela não se encaixa nos padrões de beleza do K-pop: Skye é gorda. Mas ela não vê essa característica como algo ruim, e está decidida a provar à sua mãe e a todos que duvidam que ela pode sim vencer o reality show musical Você É Minha Estrela Brilhante.
O livro traz uma mensagem ótima de autoconfiança e amor próprio, de uma forma incrível. Skye não se sente mal por seu corpo, ela se sente bonita, sexy, e não vai deixar que a opinião alheia a ponha para baixo. A própria mãe dela a pressiona para emagrecer, insistindo que Skye nunca será uma dançarina se não for magra.
A crítica à nossa sociedade gordofóbica é perfeita. Skye é saudável, determinada e confiante e seu corpo não a impede de fazer tudo que quer. A obsessão do mundo por magreza - mais intensa ainda na indústria do k-pop -, que nos diz que pessoas gordas são preguiçosas e feias, é tão errada e tão nociva! Skye passou a vida sendo forçada a fazer dietas pela mãe por ser uma criança gorda, mas ela conseguiu se libertar do estigma e a amar seu corpo. Muitas pessoas não conseguem ter essa iluminação e acabam sofrendo a vida toda com distúrbios alimentares e saúde mental debilitada.
Outro ponto muito positivo foi como a autora lida com as amizades femininas. Skye tem amigas da escola que a apoiam, e conhece meninas na competição Você É Minha Estrela Brilhante que se tornam amigas, mesmo que estejam competindo entre si no reality show. Ao invés de pintar a rivalidade clichê que coloca personagens femininas umas contra as outras só pelo drama, Lyla Lee nos traz amizades fortes, garotas apoiando garotas, torcendo pelo sucesso uma da outra, celebrando as vitórias da outra. É algo tão raro de se achar na mídia que torna especial. Não aguento mais a ideia tóxica que todas as mulheres são inimigas umas das outras e competindo entre si.
O romance fica por conta do playboy Henry, que surpreende Skye por ser na verdade bem pé no chão. Com pais ricos, ele cresceu na mídia como um rostinho bonito, e entrou no concurso para provar que tem talento como dançarino. As cenas entre eles são muito fofas, e ele também apoia Skye em todos os momentos.
Ah, e tanto Skye quanto Henry são bissexuais! Isso é apontado explicitamente, com Skye sendo fofíssima ao encontrar outras garotas coreanas queer no concurso, e Henry se abrindo de forma sensível sobre sua sexualidade.
Esse livro me deixou com vontade de dançar e cantar pela casa, foi uma leitura divertida, fofa e cheia de positividade, exatamente o que eu estava precisando.
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