*Resenha* Dreadnought


Essa duologia de April Daniels me interessou logo de cara. Uma super-heroina trans, um vilão poderoso o suficiente para matar o maior super herói do mundo. Parecia bem meu tipo de história. Infelizmente, eu não gostei tanto quanto esperava. 


Quando Danny testemunha a morte de Dreadnought, o herói transfere seus poderes para que ela possa manter o manto vivo. Ela ganha não só super poderes, mas agora seu corpo mostra o Danny sempre soube que era: uma garota. Mas como explicar as mudanças súbitas de seu corpo sem contar sobre os poderes? Danny precisa enfrentar seus pais, que querem fazer de tudo para que Danny seja curada e volte a ser o filho dele; seu melhor amigo, que, agora que Danny tem um corpo que se apresenta como feminino, acredita que eles devem namorar; a Legião Pacífica, a super equipe da qual Dreadnought era o líder, e que tem alguns integrantes que não são tão calorosos ao recebê-la como uma deles. Além disso, a vilã Utopia ainda está a solta após assassinato Dreadnought, e ninguém parece estar empenhado em achá-la. Será que Danny consegue lidar com o peso de ser a maior super-heroína do mundo? 


A premissa é super promissora, mas achei que foi meio que mal explorada. A historia fica bastante na transição de Danny, nas dificuldades que ela enfrenta para convencer a todos de que é, de fato, uma garota, e eu achei que essa foi a parte boa do livro - como pessoa cis, não é meu local de fala dizer se a representatividade foi boa, estou dando minha opinião aqui sobre a construção da trama. 


Já a parte de heróis e vilões ficou meio fraca. Quem conhecemos um pouco do super time é a super cientista da Legião Pacífica, Dra. Impossível, que faz de tudo para Danny se sentir bem vinda e acolhida; e a Bruxa Cinza, que faz de tudo para que Danny abra mão dos poderes de Dreadnought, pois ela acredita que Danny é uma oportunista e que nem mulher é. Fiquei com vontade de socar a Bruxa Cinza toda vez que ela começava a falar sobre ser mulher de verdade, como se ela fosse a dona do clubinho das mulheres e pudesse dizer quem faz parte e quem não faz. 


Além dessas heroínas, conhecemos uma Capa-Cinza, que não é nem heroína e nem vilã, a cowgirl Calamidade. É ela quem chama Danny para investigar Utopia, mas o que duas adolescentes podem fazer contra alguém tão poderoso? Tem claramente um potencial romântico entre elas, mas nada muito aprofundado. 


Por conta dessa falta de profundidade nos temas, eu não tive muito interesse em ler o segundo volume, Soverign. Talvez volte a essa duologia mais tarde, mas por enquanto não estou muito curiosa. 


Gostaria de saber mais sobre os super-heróis do mundo e sobre a vilã. Também senti que Danny não tinha nenhuma rede de apoio, então a vulnerabilidade dela era bem grande, fazendo-a confiar em pessoas que acabou de conhecer por não ter alternativa.


Espero que o segundo seja melhor desenvolvido, mas não descobrirei agora. 


Qual livro que te decepcionou? Teve algum que você estava muito animado e não valeu o hype? 

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