Sherlock Reads Books

Esse livro é uma leitura intrigante do começo ao fim, e eu estava curiosa há bastante tempo, tanto é que comprei a edição em inglês – logo antes de ser anunciada a edição em português pela Galera Record, e que depois foi enviada pelo Turista Literário. A história é cheia de mistério, especialmente pois as personagens principais também estão no escuro quanto à situação real. A escola para meninas na Ilha Raxter está em quarentena por tempo indefinido após uma misteriosa doença se espalhar. A epidemia matou professores e alunas e causou modificações biológicas em toda vida da ilha, incluindo animais e plantas. As sobreviventes precisaram se adaptar aos novos tempos, já que o exército as mandou esperar até que uma cura fosse encontrada, e entre treinamentos de armas e racionamento de comida, a vida segue sem muitas perspectivas. Hetty e Reese precisam quebrar a quarentena e enfrentar o desconhecido da ilha quando Byatt desaparece, e elas descobrem verdades terríveis. Eu gostei muito da hi...

Essa duologia de terror de Rin Chapeco foi uma ótima surpresa. Depois de tentar ouvir um áudio livro da autora e não gostar da narradora, quis saber se meu problema podia ser com a autora também. Felizmente, a narradora de The Girl From The Well fez um ótimo trabalho. O primeiro livro é contado pela perspectiva de um espírito de uma jovem japonesa que foi assassinada e agora passa a vingar outras pessoas como ela. Okiku vaga pelo mundo procurando assassinos que saíram impunes, até que seu caminho se cruza com Tark, um menino de 15 anos que tem sue própria assombração. A sequência, The Suffering, é narrada por Tark e nos leva à floresta japonesa conhecida pelos suicídios.  Cheios de espíritos vingativos, exorcismos, mitologia japonesa, os dois livros são assustadores e têm base nas histórias de horror japonesas.  Ter Okiku como narradora foi uma ideia muito criativa, pois tira um pouco a noção de “monstro” da fantasma, mesmo que ela seja responsável por diversas mortes bem viol...

Mais uma das minhas leituras de Halloween! Esse livro estava na minha TBR há muito tempo e eu estava esperando o momento certo para embarcar na leitura. Não é um livro para todo mundo, pois lida com temas complicados e sensíveis que não são exatamente agradáveis. Caitlin Doughty divide suas experiências adquiridas enquanto trabalhava em um crematório, sua visão sobre morte e ritos funerários, além de contar um pouco sobre a história da indústria funerária estadunidense. Assim como Caitilin, eu sempre tive uma curiosidade mórbida sobre isso, então para mim o livro foi muito interessante e esclarecedor.  Por meio de situações cotidianas do trabalho em um crematório, a autora discorre sobre como a visão ocidental da morte tem muita relação com o crescimento da indústria funerária e como, assim como basicamente tudo no sistema capitalista, a morte também se tornou um produto – anunciado, vendido, comprado, pago à vista ou parcelado, com pacotes extras dependendo do serviço, descontos e...

Assim como muitos fãs de V. E. Schwab, eu estava ansiosíssima pelo livro que a própria autora disse ser o livro da sua vida, que ela demorou 10 anos para escrever e que finalmente viu a luz do dia. Dá para entender pela maturidade da história e dos personagens como esses anos de escritas e edições moldou a história. Também é possível perceber como os outros livros da autora ao longo dos anos foram essenciais para a criação de Addie La Rue e sua narrativa. Victoria Schwab tem personagens muito complexos. Uma de suas marcas é o caráter duvidoso e a área cinza entre herói e vilão, entre vítima e agressor. Nenhum personagem dela é uma coisa só, nenhum pode ser definido por um único adjetivo. Esse livro mais uma vez se aprofunda nisso, trazendo uma protagonista que ao longo de 300 anos fez de tudo, passou por tudo, e luta a cada dia para manter a sanidade. Addie era jovem quando rezou aos deuses pedindo mais tempo e mais liberdade. Quem respondeu lhe concedeu seu desejo, mas nada vem de gra...

Escolhi esse clássico infanto-juvenil para uma das leituras de Halloween. Por mais que eu já tenha vista o filme várias vezes, nunca tinha lido o original de Neil Gaiman - nunca li nada dele, na verdade.   Coraline é uma menina solitária que descobre um mundo escondido atrás de uma porta trancada na casa nova. Nesse Outro mundo, tudo parece ser igual, mas ao mesmo tempo muito diferente. Começando pela Outra Mãe e o Outro Pai, que tem botões no lugar de olhos e dão toda atenção que Coraline deseja de seus pais verdadeiros. Quanto mais ela explora, mas descobre que tudo foi construído para atraí-la, e que a Outra Mãe tem intenções sinistras.  A edição de capa dura da Intrínseca é linda, com bordas roxas e marca página de fita. Coraline é curiosa e criativa e sente-se ignorada pelos pais que estão sempre trabalhando. Cercada pelos vizinhos excêntricos e com uma imaginação muito ativa, não é possível saber se Coraline imaginou tudo ou se realmente aconteceu.  Não consegui não...

Continuação do maravilhoso Drarius The Great Is Not Okay, esse livro é igualmente incrível, trazendo novas experiencias e conflitos para o protagonista. A vida de Darius deu uma grande virada após sua viagem ao Irã. De volta aos EUA, ele entrou para o time de futebol, se assumiu gay para seus pais e colegas de time, arrumou um estágio em uma loja de chá e arrumou um namorado. Mas não foram só coisas boas que aconteceram. Seus pais estão trabalhando mais do que nunca para cobrir os custos da viagem, seu avô no Irã está cada vez mais debilitado, seu melhor amigo Sohrab parece estar distante cada vez que eles se falam e ainda por cima suas avós paternas vieram passar um tempo com ele. Ah, e de repente um dos caras que sempre o atormentou na escola resolveu ser seu amigo e deixou Darius com os sentimentos bem confusos. Darius é tão adorável! Ele foi de alguém extremamente inseguro sobre si mesmo e seu lugar no mundo para alguém um pouco mais confiante, com um relacionamento bom com o pai e...

Alguém aí com saudade de me ouvir panfletar o T. J. Klune? Não? Sem problemas, mas vou panfletar mesmo assim! Essa série de quatro livros tem como tema principal, assim como a maioria dos livros que eu já li do autor, relações familiares, e não necessariamente de sangue. Ao longo da série, vemos os personagens crescendo, se aceitando, lutando por seus ideais e se mantendo fortes juntos. 💜Bear, Otter and the Kid 💜Who We Are 💜The Art of Breathing 💜The Long and Winding Road As capas são bem sem graça - com certeza são melhores do que as capas originais, que eram péssimas! -, mas não se deixem levar por isso, pois as histórias valem a pena.  Derrick – aka Bear – McKenna tinha quase 18 anos quando sua mãe simplesmente foi embora, deixando-o para cuidar do irmão de 6 anos Tyson – aka the Kid. Bear tem que se virar para criar a criança, desistindo da faculdade pelo amor ao irmãozinho, e conta com a ajuda de seus amigos e das famílias deles. Além disso, Bear precisa lidar com os sentim...

Recebi essa edição maravilhosa pela Tag Inéditos em Junho. Não sou uma grande leitora de contos, prefiro histórias longas, principalmente porque acho que não vai ser possível contar uma história coesa e interessante em uma narrativa curta. Claro que estou errada e sempre me surpreendo quando lendo um conto. Essa antologia de Joe Hill foi bem assim. São 13 contos de terror, dois deles em parceria com seu pai Stephen King - e que legado é esse, hein! -, um mais surpreendente do que o outro. Gostei muito do prefácio em que o autor conta sobre sua dificuldade de escrever histórias longas e sobre como se encontrou nos contos, me identifiquei muito com isso e até passei a ver contos com outros olhos. As histórias envolvem diversos temas, indo de terror psicológico à fantasia, situações bizarras sem muita explicação à narrativas complexas e desenvolvidas. Dos 13 contos, um ou dois são mais esquecíveis, mas em geral a antologia gera impacto positivo. Meus favoritos foram Devoluções Atrasadas, ...