*Resenha* Harry Potter and the Cursed Child - Parts One and Two
J. K. Rowling, John Tiffany e Jack Thorne
343 páginas
A versão em português será lançada pela Editora Rocco em 31 de outubro

Amanhã é dia primeiro de setembro, dia de voltar para casa.

Como não poderei pegar o Expresso de Hogwarts, já que estarei o dia todo na Bienal do Livro, vou dividir hoje um pouco do que achei de Harry Potter and the Cursed Child.

19 anos depois do primeiro livro da série Harry Potter ser lançado, 2016 é mesmo o ano de ouro para os potterheads. As duas peças, Harry Potter and the Cursed Child parts I and II, estrearam em Londres; o roteiro foi lançado em forma de livro; temos um novo filme no universo a ser lançado em novembro, Animais Fantásticos e Onde Habitam – que, aliás, será uma trilogia -, sem falar nos e-books Pottermore Presents que sairão agora em setembro.

Antes de tudo, quero deixar claro que, logo após a estreia da peça em Londres, eu li uma matéria na internet cheia de spoilers. Nunca me importei muito com spoilers, mas dessa vez me arrependi um pouco, já que o que eu li me deixou tão decepcionada que quase desisti de ler o roteiro em si.

Lembrou-me uma fanfiction que escrevi quando tinha uns 15 anos, que envolvia Harry voltando no tempo e avisando a Ordem da Fenix que Rabicho era o traidor antes que Voldemort matasse os Potter.

Por que essa é uma das temáticas centrais de Harry Potter and the Cursed Child: viagem no tempo para consertar coisas que deram errado.

Mas, sendo potteriana de coração, lá estava eu na fila da livraria na madrugada do dia 30 para 31 de julho, ansiosamente esperando para comprar minha cópia exageradamente cara do livro em inglês - detalhe que os vendedores davam a opção de escolher entre a edição britânica e a americana.

Vamos ao que eu gostei:

- Albus Severus Potter – Albus – não Al, ele não gosta de ser chamado de Al – é um pré-adolescente rebelde, e com razão. Sendo filho do grande Harry Potter, ele é constantemente comparado com o pai, o que acaba sendo decepcionante para todos os envolvidos, já que Albus está disposto a ser o mais diferente do pai possível. Gostei muito do desenvolvimento da relação de Albus e Harry, a dificuldade que eles têm em se conectar um com o outro, como muitos jovens com pais e mães famosos ou bem sucedidos têm. É possível se identificar com Albus em mais de uma ocasião, mesmo quando ele toma decisões estúpidas – por que quem às vezes não toma?

- Hermione Granger-Weasley – uma mulher nascida-trouxa e negra, Hermione é o exemplo de como a sociedade bruxa mudou ao longo dos 19 anos desde a Batalha de Hogwarts. Ela se torna Ministra da Magia, o que, eu acho, mostra como todos podemos chegar onde queremos se nos dedicarmos o suficiente. E todos sabemos como Hermione é esforçada.

Gostei de ver como os nosso heróis se tornaram adultos que, bem, as vezes tem certa dificuldade em ser adultos. O que é completamente normal, quem é que tem tudo resolvido na vida? O fato de que Harry, que agora é um funcionário do Ministério que muitas vezes negligência os relatórios - quem nunca? -, ser apresentado como só mais um cara normal, com filhos, esposa, emprego, família estendida (por parte dos Weasley), e ainda assim ter que lidar com dramas do passado, só o deixa mais relacionável com o público.

A grande revelação, a criança amaldiçoada do título, não me convenceu nem um pouco. Foi o que eu realmente não gostei da história. Não vou dar spoiler, mas digo que não achei plausível, pura e simplesmente.

No geral, é uma história legal, divertida em parte, e traz de volta um pouquinho daquela magia que estava faltando no mundo desde que o último filme foi lançado, em 2011. De verdade, na noite do lançamento do livro, eu estava na livraria cercada de cosplayers e fãs que cresceram com esses personagens e com esse universo, assim como eu, e, admito, rolaram algumas lágrimas ao pensar em tudo o que eu passei na companhia de Harry, Rony, Hermione e todos os outros personagens incríveis.

Por que, na minha humilde opinião, é isso que faz Harry Potter tão bom: os personagens são alma de tudo.
Portanto, apesar de algumas parte da história ter me deixado meio meeeehhhh, Harry Potter and the Cursed Child ainda traz personagens maravilhosos, complexos, cheios de defeitos e qualidades com as quais nos identificamos. Os diálogos - que são a forma que o roteiro tem de levar a história - são bons, tocantes as vezes, e levam o leitor a conhecer de verdade quem são esses novos personagens, e quem se tornaram nosso velhos amigos.

Apesar dos pesares, quero muuuuito assistir às peças. Espero que seja bem sucedida o suficiente para ganhar uma adaptação brasileira - quem sabe, nosso teatro é muito bom, não duvidaria se conseguíssemos - ou talvez uma versão para dvd da própria peça - não adaptação para cinema.

Fãs de Harry Potter, leiam e decidam suas opiniões. Aqui está a minha, mas eu nunca não recomendaria algo Harry Potter, então não sou completamente imparcial.

Comentários

  1. Gostei muito da resenha. Não sou um fã, mas gosto muito e concordo que é um universo apaixonante. Como um "não iniciado", "boiei" em algumas expressões usadas. Sugiro um glossário para ignorantes como eu. No mais, texto leve, claro, opinativo. Apaixonante para apaixonados. Seu tio, seu fã incondicional. Parabéns!

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