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*Review* Dread Nation + Deathless Divide

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Essa duologia foi mais uma surpresa boa! Não sabia o quanto eu gostava de faroestes e de zumbis. Após a Guerra Civil Americana, os mortos-vivos assolam o país dividido. Mesmo com o fim da escravidão, a população preta tem dificuldades de viver dignamente, e os jovens são enviados à escolas de combate para aprenderem a lutar contra os mortos e proteger a população branca. Jane frequenta uma das escolas de combate mais prestigiadas, e mal pode esperar para se formar e tomar as rédeas da sua vida.  Mas quando ela começa a descobrir terríveis segredos, ela é enviada a um povoado no oeste que deveria ser uma utopia - mas somente para os brancos. Forçada a patrulhar os muros da cidade e vivendo em um regime de escravidão velada, Jane precisa encontrar uma forma de se manter a salvo dos mortos e dos vivos. A história se passa em um período muito crítico dos EUA, e o contexto histórico é muito importante aqui. Tirando os zumbis, é uma jornada de liberdade de um povo que, apesar de tecnicam...

*Resenha* Puddin’

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Esse livro acompanha Dumplin’, publicado no Brasil pela editora Valentina e adaptado em filme pela Netflix. Puddin’ se passa após os eventos de Dumplin e tem como protagonistas duas personagens secundárias do primeiro livro. Millie ficou em segundo lugar no concurso de beleza da cidade. Isso a fez perceber que ser gorda não a impede de nada e lhe deu confiança para, pela primeira vez em anos, decidir não ir ao acampamento de perda de peso, e se inscrever para o programa de verão de jornalismo televisivo. Callie é vice-capitã da equipe de dança da escola e está determinada a levar a equipe ao campeonato nacional. Isso não só garantiria seu lugar como futura capitã, como também a faria a garota mais popular e invejada da escola. Quando as circunstâncias a obrigam a trabalhar juntas, as personalidades opostas se chocam, mas podem criar uma amizade verdadeira. Eu adorei Dumplin e acho a escrita divertida de Julie Murphy super leve e rápida de ler. Sem falar na mensagem positiva sobre padrõ...

*Review* Concrete Rose

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Esse spin-off de O Ódio Que Você Semeia acabou sendo uma história bem diferente do que eu esperava. Maverick Carter tem 17 anos quando se torna pai pela primeira vez. Dividindo entre seu desejo de ser um bom pai e o legado do seu próprio pai na gangue King Lords, ele luta contra as expectativas e julgamentos da sociedade. Esse livro acabou sendo mais suave do que THUG (The Hate U Give), por não tratar tanto sobre preconceito racial. Aqui vemos a jornada de um jovem aprendendo a ser pai, sobre as dificuldades que normalmente são associadas às mães adolescentes, e aqui é apresentado no contexto do pai adolescente. Maverick é um personagem muito real, todas as dúvidas, os sonhos e as decisões são compreensíveis, os dilemas fazem muito sentido - desde as noites em claro quando o bebê não para de chorar, até o desejo de vingança após o assassinato de uma pessoa querida. É bem legal ver o jovem que um dia vai criar nossa querida Starr Carter tendo dúvidas e medos e cometendo erros. O amor de...

*Revisão* Into The Real

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Este livro me surpreendeu um pouco com a qualidade da escrita. O autor Z Brewer conseguiu trazer não apenas uma, mas três histórias realmente atraentes que me deixaram querendo mais. E esse também é um dos pontos baixos para mim: eu queria seguir todas as três histórias, poderia ler um romance completo delas e senti que sua convergência era um pouco sem brilho.  Quinn se identifica como gêneroqueer e vive em um mundo de pesadelo, onde todos os dias é uma luta para ficar a salvo de monstros, tanto criaturas quanto humanos. Quinn se identifica como mulher e é lésbica. Enviada a um campo de conversão por seus pais, Quinn não apenas questiona sua identidade e sexualidade, mas precisa lidar com a tortura psicológica e física nas mãos de fanáticos religiosos. Quinn se identifica como homem e é a cara da revolução, lutando contra um regime de supremacia branca, hetero e cis. Mas quão diferente é a revolução quando os mesmos preconceitos atormentam suas fileiras?  As três realidades c...

*Resenha* Full Disclosure

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Outra bela capa e premissa incrível, e estou surpreso que não haja mais pessoas falando sobre este grande livro.  Simone tem 17 anos e está pronta para namorar e fazer sexo. Ela também é HIV positiva, o que pode complicar as coisas quando ela não tem certeza de como revelar isso a possíveis parceiros. Com pais apoiadores, mas superprotetores, novos melhores amigos e uma ótima posição como diretora estudantil do musical da escola, Simone tem medo de compartilhar essas informações sobre si mesma e ser rejeitada, como já aconteceu antes.  Um dos poucos YA contemporâneos que li que fala sobre viver com HIV hoje em dia, o romance é sensível, honesto e compartilha algumas semelhanças com Where We Go From Here de Lucas Rocha. Além do tema geral, ambos mostram como as pessoas ainda têm ideias erradas sobre o vírus e sua transmissão, como o preconceito ainda é forte em nossa sociedade e é possível levar uma vida completamente normal com o vírus.  Simone se tornou uma das minhas pr...

*Resenha* The Black Kids

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Esta foi a minha escolha para começar o ano com uma nota alta e funcionou perfeitamente.  Ashley vai para uma escola de elite, tem pais ricos e uma babá latinx. E ela também é negra, o que ela está começando a perceber que a torna diferente das outras crianças ricas da escola. Após o veredicto de um julgamento no qual um policial branco matou um jovem negro, a cidade de Los Angeles está um caos. Tumultos e protestos explodem pela cidade, exigindo justiça e igualdade, e Ashley se pega questionando o que ela acha que sabe sobre preconceito, racismo e classismo.  Este livro poderia ter sido ambientado em 2020, mas na verdade a história se passa nos anos 90, e o julgamento e os distúrbios foram eventos reais que aconteceram em LA.  Há uma verdadeira vibração dos anos 90 em toda a história, aquele sentimento nostálgico que normalmente é reservado para referências dos anos 80.  O livro aborda questões ainda tão atuais que nos deixa loucos perceber o quão pouco algumas cois...

*Resenha* I'll Be Home For Christmas

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  Hoje é o Dia da Visibilidade Trans le não há melhor maneira de terminar minhas leituras de dezembro do que com este adorável conto de Mason Deaver. Seguindo os eventos de I Wish You All The Best, vemos novamente pessoa não-binária extraordinaire Ben De Becker, agora com vontade de levar seu relacionamento com Nathan para o próximo nível - morar juntos. Para fazer isso, Ben elabora um plano para dar a Nathan o melhor presente de Natal para o primeiro feriado juntos, mas as coisas não saem como o esperado.  A história é um verdadeiro clássico do Natal, como visitas surpresa, voos cancelados, ficar preso no aeroporto, ficar chateado por decepcionar um ente querido.  O conto foi disponibilizado gratuitamente pelo autor, mas você pode doar qualquer quantia ao Centro Nacional pela Igualdade Transgênero (EUA) no ato da compra.  Ah, e a capa linda é da Alice Oseman!